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Boeing enfrenta crescente questionamento sobre acidente na Etiópia

18/03/2019 10h41

ADDIS ABABA/PARIS (Reuters) - A maior fabricante de aviões do mundo enfrenta uma crescente pressão após a Etiópia apontar semelhanças entre o acidente no país e na Indonésia, aumentando o foco sobre a segurança do software instalado nos aviões 737 MAX da Boeing.

O desastre da Ethiopian Airlines, que matou 157 pessoas em 10 de março, suspendeu a frota MAX da Boeing mundo afora e provocou um grande questionamento sobre o abalado setor de aviação.

A Ethiopian Airlines, cuja reputação também depende da investigação, disse no fim de semana que a análise inicial das caixas pretas mostrou "semelhanças claras" com uma aeronave da Lion Air em Jacarta, em outubro, que caiu matando 189 pessoas.

Ambos os aviões eram do modelo MAX 8s e caíram minutos após a decolagem com os pilotos relatando problemas de controle de voo.

Legisladores e especialistas em segurança estão perguntando como os reguladores avaliaram o sistema e como os pilotos em todo o mundo foram treinados para isso quando suas companhias aéreas compraram novos aviões.

A Boeing perdeu bilhões de dólares em valor de mercado desde a queda e suspendeu as entregas de seu modelo mais vendido, um que pretendia ser o padrão da indústria, mas agora está sob questionamento.

Havia mais de 300 aviões MAX em operação no momento do acidente etíope e quase 5 mil encomendados.

Na semana passada, fontes disseram à Reuters que os investigadores encontraram um estabilizador nos destroços da Etiópia em uma posição incomum semelhante à do avião da Lion Air.

A Etiópia está liderando a investigação, embora as caixas-pretas tenham sido enviadas para a França e especialistas dos EUA também estejam participando.

Não ficou claro quantos dos cerca de 1.800 parâmetros de dados de voo e duas horas de registros na cabine, abrangendo o voo de seis minutos e viagens anteriores, foram levados em conta na análise etíope preliminar.

(Por Andrew Cawthorne)