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Brasil tem superávit de US$ 6,422 bi na balança comercial de maio

Por Mateus Maia

03/06/2019 15h10

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou superávit comercial de US$ 6,422 bilhões em maio, divulgou o Ministério da Economia nesta segunda-feira.

As exportações somaram US$ 21,394 bilhões no período, enquanto as importações alcançaram US$ 14,972 bilhões.

O resultado é o melhor para meses de maio desde 2017, ano de superávit recorde para o mês.

Pela média diária, as importações aumentaram 7,8% ante maio do ano passado, enquanto as exportações cresceram 5,6%.

No acumulado entre janeiro e maio, as importações cresceram apenas 0,8% sobre um ano antes.

Herlon Alves Brandão, diretor do Departamento de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, associou o lento crescimento das importações ao cenário de economia ainda debilitada.

"Com uma renda menor, você consome menos bens, e a tendência é que você importe menos", disse, citando a queda do Produto Interno Bruto (PIB).

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB sofreu contração de 0,2% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores. Esta foi a primeira queda trimestral desde o fim de 2016, confirmando o quadro de dificuldades para a retomada e as preocupações com as perspectivas à frente.

Para 2019, a projeção do governo é de um superávit de US$ 50,1 bilhões, conforme estimativas divulgadas em abril e que devem ser revistas no próximo mês.

No mercado, economistas veem um saldo positivo de 50,5 bilhões de dólares para as trocas comerciais neste ano, conforme pesquisa Focus mais recente.

Destaques

Em maio, as importações foram puxadas por combustíveis e lubrificantes, com aumento de 27,5%, seguido por bens de capital, que cresceram 16,4% e bens intermediários (+6,4%). As compras de bens de consumo, contudo, registraram queda de 6,5%.

Já no caso das exportações, o destaque foram as compras de manufaturados, que subiram 29,5% em relação ao ano anterior, a US$ 7,348 bilhões. Logo depois vieram os semimanufaturados, com alta de 15,4%, a US$ 2,902 bilhões.

Os básicos foram os maiores em valor de venda (US$ 11,144 bilhões), mas fecharam o mês com volume exportado 3,9% abaixo de maio de 2018.

Brandão ainda vê crescimento das exportações de carne do Brasil à China, por causa da peste suína africana que tem atingido o país asiático. O diretor, porém, evitou comentar a suspensão de exportações de carne bovina do país à China após a confirmação de um caso atípico de doença de "vaca louca" em Mato Grosso.

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