IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Campos Neto reforça expectativa de retomada gradual da recuperação econômica

Camila Moreira

25/06/2019 11h22

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou nesta terça-feira a percepção de interrupção do processo de recuperação da economia, mas afirmou que o cenário da autoridade monetária é de retomada adiante de forma gradual.

"Indicadores recentes da atividade indicam interrupção do processo de recuperação da economia nos últimos trimestres. O cenário do Copom contempla retomada desse processo adiante, de maneira gradual", disse Campos Neto, segundo apresentação em evento promovido pela Organização das Cooperativas Brasileiras.

Na ata da última reunião de política monetária, divulgada nesta terça-feira, o BC avaliou que a economia brasileira deve ficar perto da estabilidade neste segundo trimestre, com uma "nítida" interrupção em seu processo de recuperação.

Campos Neto refletiu basicamente as observações feitas na ata, voltando a enfatizar que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa e que é importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo.

"A continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia", completou ele na apresentação.

O avanço na agenda de reformas também é fundamental para a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva.

"Eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária", apontou.

Por outro lado, o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado da inflação.

"Apesar da evolução favorável do balanço de riscos para a inflação, neste momento, o risco de elevação da inflação é preponderante", completou.

Campos Neto ressaltou ainda que o cenário externo mostra-se menos adverso, em decorrência das mudanças nas perspectivas para a política monetárias principais economias. Entretanto, os riscos associados a uma desaceleração da economia global permanecem.