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Petrobras eleva preço médio do diesel em 4,2% e da gasolina em 3,5%, diz estatal

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro - Por Marta Nogueira
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro Imagem: Por Marta Nogueira

Marta Nogueira

Rio de Janeiro (Brasil)

18/09/2019 19h10

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras elevará o preço médio do diesel nas refinarias a partir de quinta-feira em 4,2% e o da gasolina em 3,5%, informou a assessoria de imprensa da estatal à Reuters, após ataques a instalações da Saudi Aramco no fim de semana terem elevado os valores internacionais do petróleo.

O anúncio vem após o presidente Jair Bolsonaro ter dito na segunda-feira que a estatal não planejava aumentar de imediato os valores dos combustíveis, indicando que a empresa poderia afrouxar temporariamente sua regra de preços de mercado.

Após os ataques no fim de semana, os preços do petróleo dispararam 15% na segunda-feira, com o Brent registrando o maior ganho percentual diário em mais de 30 anos e volumes recordes de negócios, perdendo força nos dois dias seguintes.

De sexta-feira até agora, o barril do Brent —referência internacional— acumulou alta de 5,6%, fechando nesta quarta-feira a 63,60 dólares por barril.

"Aguardar a estabilização dos preços após o evento na Arábia Saudita era necessário", disse o presidente do Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, adicionando que os ajustes anunciados nesta quarta dão claro sinal de que a empresa está caminhando para praticar preços alinhados com o mercado internacional.

Os valores de gasolina e diesel vendidos pela Petrobras às distribuidoras têm como base a paridade de importação, formada pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos para importadores, como transporte e taxas portuárias.

Mas desde uma histórica greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado, a empresa vem buscando evitar repassar a volatilidade do mercado externo para os clientes.

"O ajuste que ela fez (no diesel) está muito próximo do que reflete a paridade de importação no mercado internacional agora. Então está equalizando as condições de mercado, está seguindo as condições de mercado", afirmou o chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva.

Apesar da alta da gasolina, Silva calcula que o combustível tenha ainda uma defasagem de cerca de 0,12 real por litro em relação à paridade de importação.

O ataque às instalações da Aramco chegou a retirar de operação 5,7 milhões de barris por dia em capacidade, mas depois a empresa informou que grande parte já foi restabelecida e que a produção total será rapidamente restaurada.

A tensão no Oriente Médio segue elevada, após o ministro da Defesa saudita mostrar destroços de drones e mísseis, dizendo que são evidências "inegáveis" de agressão iraniana.

Os repasses dos reajustes aos consumidores finais dependem de vários fatores, como margens de distribuidoras e revendedoras, tributos e mistura de biocombustíveis.

(Por Marta Nogueira)