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Vendas no varejo sobem em agosto pelo 3º mês, mas ritmo arrefece

Niels Andreas/Folhapress
Imagem: Niels Andreas/Folhapress

Por Camila Moreira

10/10/2019 09h06

As vendas no varejo do Brasil permaneceram em alta na metade do terceiro trimestre sustentadas por supermercados e alimentos, porém o resultado ficou aquém do esperado e mostrou perda de força.

O volume de vendas no varejo subiu 0,1% em agosto na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Esse é o terceiro mês seguido de ganhos, mas o ritmo mostra perda de força das vendas. O setor iniciou o terceiro trimestre com aumento de 0,5% nas vendas em julho, em dado revisado pelo IBGE após divulgar antes alta de 1,0%.

Em relação a agosto do ano passado, as vendas tiveram aumento de 1,3%.

Entretanto, os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters de ganhos de 0,3% na comparação mensal e de 1,8% na base anual.

Entre as oito atividades pesquisadas, o IBGE informou que quatro apresentaram avanço. Os destaques ficaram para as altas de 0,6% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; e de 0,2% de Outros artigos de uso pessoal e doméstico. Juntas, as duas atividades respondem por mais de 60% do total do varejo.

"O aumento nos dois grupos indica um perfil de consumo mais básico, associado às classes de rendimento mais baixas da população", disse a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, segundo o IBGE.

Por outro lado, as vendas de Combustíveis e lubrificantes e de Tecidos, vestuário e calçados recuaram, respectivamente, 3,3% e 2,5%.

"A variação negativa para esses tipos de produtos confirma que a população está dedicando mais seu orçamento às compras de primeira necessidade", completou Nunes.

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, houve estabilidade. O setor de Veículos, motos, partes e peças registrou queda de 1,7%, enquanto Material de construção recuou 0,8% em agosto.

O cenário para o varejo no Brasil é de juros e inflação baixos, mas com um mercado de trabalho ainda fraco, o que restringe o poder de compra dos trabalhadores.