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Presidente do BC do Japão alerta para riscos à economia apesar de trégua na guerra comercial

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Imagem: iStock

Por Leika Kihara e Daniel Leussink

19/12/2019 07h32

TÓQUIO (Reuters) - O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, afirmou que a perspectiva econômica global melhorou um pouco devido ao acordo comercial preliminar entre Estados Unidos e China, mas alertou que os riscos para a recuperação japonesa permanecem altos, sinalizando sua determinação em manter abertas as torneiras de dinheiros.

Mas Kuroda afirmou que há limites para quanto o Banco do Japão pode aprofundar os juros negativos já que custos de empréstimos ultrabaixos por tempo prolongado afetam as instituições financeiras, sugerindo que não haverá expansão imediata do estímulo em breve.

Como parte dos esforços para aliviar os efeitos colaterais de suas enormes compras de ativos, o Banco do Japão apresentou detalhes de um esquema apresentado em abril para emprestar parte de sua carteira seus fundos de índices (ETF).

"É verdade que vimos alguns acontecimentos positivos em relação aos riscos externos", disse Kuroda, referindo-se a um Brexit desordenado e ao recente progresso feito por Washington e Pequim em relação à guerra comercial.

"As coisas estão avançando mas a incerteza permanece alta. Ainda precisamos nos proteger contra riscos negativos para a economia do Japão", disse ele em entrevista à imprensa nesta quinta-feira.

Kuroda deu as declarações após a decisão do Banco do Japão de manter sua meta de juros de curto prazo em -0,1% e dos rendimentos dos títulos de 10 anos em torno de 0%.

O banco central também manteve sua avaliação de que a economia do Japão continua a expandir moderadamente como tendência, indicando um impulso esperado para o crescimento do pacote de gastos do governo de 122 bilhões de dólares apresentado em 5 de dezembro.

Mas o banco central ofereceu uma visão mais sombria da produção industrial.

"A produção industrial está caindo devido principalmente aos desastres naturais", disse o Banco do Japão em comunicado, revisando para baixo sua estimativa de outubro, quando disse que a produção estava de lado.