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Sindicatos querem greve geral na Petrobras a partir de 1° de fevereiro contra cortes

Trabalhadores durante greve nacional dos petroleiros na Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP), em 2015 - Nilton Cardin/Estadão Conteúdo
Trabalhadores durante greve nacional dos petroleiros na Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP), em 2015 Imagem: Nilton Cardin/Estadão Conteúdo

17/01/2020 17h00

RIO DE JANEIRO (Reuters) — A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados convocaram funcionários da Petrobras para uma greve nacional a partir de 1º de fevereiro, em movimento contra demissões na petroleira, informou a entidade em nota nesta sexta-feira.

As assembleias para que os petroleiros se posicionem sobre o indicativo de greve serão realizadas entre os dias 20 e 28 de janeiro, apontou a federação.

Em 29 de janeiro, a FUP e seus sindicatos voltam a se reunir no Conselho Deliberativo para definir os próximos encaminhamentos.

Uma mobilização anterior, que previa paralisação por uma semana em novembro, teve início mesmo após um ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter atendido pleito da Petrobras e decidido impedir uma greve, mas terminou antes do programado pelos devido à decisão judicial, que impunha punições financeiras aos sindicatos em caso de descumprimento.

O novo movimento ocorre após Petrobras ter informado nesta semana que irá hibernar a fábrica de fertilizantes de sua subsidiária Araucária Nitrogenados (ANSA) no Paraná, o que segundo a companhia resultará na demissão de 396 empregados.

O fechamento da planta ocorre em meio a um amplo programa de redução de custos e desinvestimentos da Petrobras, que visa elevar os resultados financeiros, com foco maior em ativos de grande retorno econômico — essencialmente atividades de exploração e produção em águas profundas e ultra profundas.

Após o anúncio da companhia sobre a unidade de fertilizantes, a FUP afirmou que petroleiros realizaram manifestações na manhã desta sexta-feira, incluindo um ato em frente à fábrica de fertilizantes.

"O que estão fazendo na Fafen-PR é um balão de ensaio para demissões em massa em todo o Sistema Petrobras. Não há saída individual. Nossa resposta tem que ser na luta. É na resistência que iremos reverter as demissões e impedir que se alastrem para as demais unidades da empresa", disse o diretor da FUP, Deyvid Bacelar, em nota.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a um pedido de comentários.

A estatal disse na terça-feira que o fechamento da fábrica no Paraná deve-se aos recorrentes prejuízos desde que ela foi adquirida, em 2013. A companhia estimou que as perdas somaram 250 milhões de reais apenas entre janeiro e setembro de 2019.

(Por Marta Nogueira)