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Petrobras já começou a descontar salários de grevistas, aponta documento

Os trabalhadores da Petrobras que estão em greve desde 1/2/2020 se reuniram em frente à sede da empresa estatal, no centro do Rio de Janeiro, para um ato contra a privatização e demissões em massa - Barbara Dias/AGIF
Os trabalhadores da Petrobras que estão em greve desde 1/2/2020 se reuniram em frente à sede da empresa estatal, no centro do Rio de Janeiro, para um ato contra a privatização e demissões em massa Imagem: Barbara Dias/AGIF

Rodrigo Viga Gaier

11/02/2020 20h45

RIO DE JANEIRO (Reuters) — A Petrobras aplicou o primeiro desconto de salário aos trabalhadores grevistas no adiantamento do dia 10, de acordo com um documento interno da companhia visto pela Reuters.

No dia 21, quando ocorrerá o próximo pagamento, será realizado novo desconto dos dias não trabalhados.

"Caso o empregado retorne ao seu posto de trabalho, a companhia fará um contracheque de ajuste na primeira oportunidade possível para pagar os dias trabalhados a partir do retorno", de acordo com nota da empresa.

A companhia esclareceu aos trabalhadores que, "ao contrário de informações equivocadas que vêm sendo divulgadas, o desconto independe do julgamento sobre a legalidade da greve".

"Como já informamos, o desconto será realizado porque não houve a contraprestação do serviço, ou seja, os empregados não realizaram o trabalho para o qual são contratados", completou.

Procurada mais cedo, a Petrobras afirmou que, apesar da greve, "as unidades estão operando em condições adequadas de segurança, com reforço de equipes de contingência e não há impacto na produção".

As entregas de produtos ao mercado também seguem normais, segundo a estatal.

"Nas unidades offshore, os grevistas desembarcaram e a operação é feita por empregados próprios treinados que integram as equipes de contingência", completou a nota.

A empresa disse anteriormente que estava providenciando a contratação imediata de pessoas e serviços em caráter emergencial para garantir a continuidade de suas operações.

A greve dos petroleiros começou no dia 1º de fevereiro. O movimento segue apesar de o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Martins Filho ter determinado o bloqueio das contas de sindicatos na última semana, por descumprimento de decisão judicial durante a paralisação.

O ministro havia determinado que 90% dos funcionários da petroleira estatal deveriam se manter em atividade e no desempenho normal de suas atribuições.

Em nota nesta terça-feira, a Federação Única dos Petroleiros disse que contabilizou a adesão de trabalhadores de mais unidades do Sistema Petrobras. "Com isso, já são 102 unidades envolvidas no movimento, em 13 Estados, e com mais de 20 mil petroleiros mobilizados."

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