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Wall Street amplia perdas com disseminação de coronavírus sob holofote

Consumidores aguardam a abertura da loja Macy"s, em Nova York, nos Estados Unidos, para aproveitar as promoções da Black Friday - Andrew Kelly/Reuters
Consumidores aguardam a abertura da loja Macy's, em Nova York, nos Estados Unidos, para aproveitar as promoções da Black Friday Imagem: Andrew Kelly/Reuters

25/02/2020 13h51

NOVA YORK (Reuters) - Wall Street ampliava as perdas nesta terça-feira (25), com os três principais índices acionários norte-americanos recuando cerca de 1%, após autoridades afirmarem que o coronavírus era "uma epidemia em rápida escalada", um dia após o S&P 500 e o Dow Jones registrarem suas maiores quedas diárias em dois anos por preocupações com o vírus.

Por volta de 13:40 (horário de Brasília), o Dow Jones Industrial Average caía 1,02%, a 27.675 pontos, o S&P 500 declinava 1%, a 3.193 pontos, e o Nasdaq Composite recuava 0,96%, a 9.132 pontos.

As ações dos EUA chegaram a começar a sessão em território positivo, mas esses ganhos foram revertidos com investidores, focados no potencial impacto econômico do surto, uma vez que ele se espalhou para novos países, incluindo a Espanha.

Também nesta terça-feira, o número de mortos pelo vírus no Irã subiu para 16, o mais alto fora da China, enquanto dezenas de países, desde a Coreia do Sul à Itália, aceleraram as medidas de emergência.

As bolsas nos EUA estavam no caminho do quarto dia de perdas, com o medo de uma pandemia provocar queda de mais de 3% na segunda-feira, após um surto de infecções em vários países.

No fechamento de segunda-feira, o S&P 500 e o Dow Jones Industrials haviam zerado seus ganhos no acumulado do ano.

"Muitas pessoas que foram despertadas pela volatilidade do mercado de ações começarão a ficar em pânico", disse Tom Plumb, presidente da Plumb Funds em Madison, Wisconsin.

Na semana passada, ganhos corporativos positivos no quarto trimestre e esperanças de danos limitados pelo surto de vírus levaram Wall Street a atingir recordes.

Enquanto alguns investidores estavam apostando que o apoio de bancos centrais como o Federal Reserve dos EUA contraria qualquer fraqueza resultante do vírus, essa confiança estava começando a diminuir devido a preocupações com a interrupção da cadeia de suprimentos.

"Os mercados também estão adotando a ideia de que, quando há um problema no lado da oferta, os bancos centrais não estão equipados para lidar com esse tipo de evento", disse Seema Shah, estrategista-chefe de investimentos da Principal Global Investors em Londres.

A ação da Macy's cedia mais de 4%, apesar de relatar uma queda menor do que o esperado nas vendas trimestrais de mesmas lojas.

As ações da Mastercard recuavam também mais de 4% depois de anunciar que o CEO Ajay Banga sairá no início do próximo ano e será substituído pelo chefe de produtos Michael Miebach.

A HP avançava maia de 7%, dando o maior impulso ao S&P, depois de dizer que intensificaria os esforços para reduzir custos e recomprar ações, enquanto procurava apoio do investidor para se defender de uma oferta de aquisição de 35 bilhões de dólares da Xerox Holdings Corp.

As ações da Home Depot tinham acréscimo de mais de 1% depois que a cadeia de melhorias domésticas superou as estimativas trimestrais de vendas e lucros.