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Japão aumentará estímulo para US$1,1 tri conforme vírus ameaça recessão mais profunda

O premiê japonês, Shinzo Abe -
O premiê japonês, Shinzo Abe

Takaya Yamaguchi e Tetsushi Kajimoto

Em Tóquio (Japão)

20/04/2020 10h24

O Japão ampliou seu novo pacote de estímulo econômico nesta segunda-feira para um recorde de 1,1 trilhão de dólares a fim de expandir os pagamentos em dinheiro a seus cidadãos, enquanto as consequências da pandemia do novo coronavírus ameaçam empurrar a terceira maior economia do mundo para a recessão.

O primeiro-ministro, Shinzo Abe, decidiu formalmente o novo estímulo menos de duas semanas depois que seu gabinete aprovou um plano anterior de gastar 108,2 trilhões de ienes (1 trilhão de dólares), que tinha pagamentos detalhados de 300.000 ienes para famílias com quedas acentuadas de renda.

Abe cedeu à pressão de dentro de seu próprio bloco governista para aumentar a ajuda com um pagamento de 100.000 ienes para cada cidadão, em vez de 300.000 ienes para um número limitado de famílias, dizem os analistas, lançando dúvidas sobre sua liderança em meio à queda do apoio. A nova quantia triplica o custo do que o governo originalmente planejava para 12 trilhões de ienes.

"Entendo que o esquema de pagamento de 100.000 ienes foi decidido com o objetivo de incentivar todos os cidadãos a ajudarem a superar essa crise como um só", disse o ministro das Finanças, Taro Aso.

"O ministério das Finanças fará todo o possível para que isso seja decretado rapidamente, para que os pagamentos e outros apoios sejam entregues às pessoas o mais cedo possível."

A expansão do esquema deve sustentar o consumo privado que representa mais da metade da economia, disseram alguns analistas, embora muitos outros acreditem que a maioria dos pagamentos acabará em poupanças.

"Os beneficiários dos pagamentos incluem os ricos e as pessoas cuja renda não está sofrendo, de modo que a poupança também aumentará", disse Ryutaro Kono, economista-chefe do BNP Paribas Securities.

"Mesmo considerando que mais pessoas sofrerão pronblemas econômicos neste momento do que durante a crise financeira de 2009, a proporção dos pagamentos que serão gastos é estimada em cerca de 40%. Como tal, isso elevaria o PIB apenas em 0,3 ponto percentual."