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Petrobras tem prejuízo de R$ 48,5 bi no 1º tri com revisão no preço do petróleo

Da Reuters, no Rio de Janeiro

14/05/2020 21h38

A Petrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 48,5 bilhões no primeiro trimestre, ante um lucro líquido de R$ 4 bilhões no mesmo período de 2019, diante de baixa contábil a partir de uma revisão das premissas de longo prazo para o petróleo Brent frente ao novo cenário mundial, informou a petroleira nesta quinta-feira.

Entre janeiro e março, a empresa fez uma baixa contábil de R$ 65,3 bilhões ao reavaliar ativos principalmente de exploração e produção, considerando preços mais baixos do petróleo, devido a uma crise global causada pela pandemia do novo coronavírus, que reduziu a demanda pela commodity.

"Estamos assumindo agora que o preço do Brent de longo prazo será em média US$ 50 /barril, contra US$ 65 /barril anteriormente", afirmou a Petrobras, em seu balanço financeiro trimestral.

Os resultados também foram impactados pela queda do valor do Brent no trimestre e pelas perdas com variação cambial decorrentes da forte desvalorização do real frente ao dólar, explicou a companhia.

"Estes fatores foram atenuados por maiores volumes de exportação, maiores margens nos derivados, menores despesas, incluindo gastos gerais e administrativos, exploratórios e tributários, bem como ganhos com hedge", afirmou a Petrobras.

Em mensagem aos acionistas, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que "a recessão global não chegou a impactar significativamente o desempenho da companhia no primeiro trimestre, devendo fazê-lo nos trimestres seguintes".

Ele citou que o fluxo de caixa livre foi de US$ 5,9 bilhões nos primeiros três meses do ano, muito superior ao do mesmo trimestre de 2019, de US$ 3,1 bilhões.

No entanto, a empresa informou que houve uma redução das exportações para a China —seu principal cliente—, devido à queda da demanda, causada pelos impactos da Covid-19 no país. O país asiático recebeu no período 48% das exportações da empresa, contra 68% no quarto trimestre.

Desconsiderando os efeitos especiais, principalmente impairment e ágio na recompra de bonds, a empresa registraria um prejuízo menor, de R$ 4,6 bilhões no primeiro trimestre.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado seria de R$ 36,9 bilhões, em vez dos R$ 37,5 bilhões registrados.

O Ebitda ajustado teve alta de 36,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e avanço de 2,7% em relação ao quarto trimestre, apesar da redução do Brent, principalmente devido ao aumento das exportações, principalmente de petróleo, com níveis recordes em janeiro e fevereiro, quando a queda no Brent ainda era moderada em relação ao mês de março.

"Conseguimos aproveitar a valorização dos nossos petróleo e óleo combustível no mercado externo, graças ao IMO 2020, capturando ótimas margens no óleo combustível", afirmou.