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Produção de veículos amplia recuperação em agosto, mas Anfavea prevê mais demissões

Linha de montagem da fábrica da GM, em São Caetano do Sul (SP) - Por Aluisio Alves
Linha de montagem da fábrica da GM, em São Caetano do Sul (SP) Imagem: Por Aluisio Alves

Por Aluisio Alves

04/09/2020 10h51

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A indústria de automóveis no Brasil seguiu em agosto o movimento de recuperação dos efeitos da pandemia do coronavírus, mas isso não evitará que o setor faça mais demissões nos próximos meses dados os elevados níveis de ociosidade, segundo a Anfavea.

A entidade que representa as montadoras de veículos no país anunciou nesta sexta-feira que o setor produziu 210,9 mil veículos leves no mês passado, alta de 23,6% ante julho. Mas na comparação com agosto 2019, houve declínio de 21,8%. Já as vendas tiveram alta mensal de 5,1%, para 183,4 mil unidades, mas caíram 24,5% contra agosto de 2019.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o pior parece ter ficado mesmo para trás, após as medidas de isolamento social tomadas a partir de março para conter a disseminação da pandemia terem reduzido a produção praticamente a zero em abril.

Porém, pontuou, o cenário ainda é de incertezas e a entidade ainda não tem uma nova previsão de desempenho para o acumulado de 2020. No pior momento, chegou a prever queda de cerca de 40%. No acumulado do ano até agosto, a produção foi de 1,11 milhão de veículos, redução de 44,8% ano a ano.

No entanto, o executivo avisou que, por estar produzindo em níveis bem inferiores ao da capacidade, o setor deve seguir ajustado seu quadro de funcionários. Em 12 meses até agosto, as montadoras eliminaram 6,3 mil postos de trabalho, sendo 4,1 mil vagas nos últimos seis meses. O setor ainda opera com cerca de 65% de ociosidade.

"É inevitável que haverá mais redução do quadro de pessoal considerando o que estamos vendo em termos de queda de volume", disse Moraes a jornalistas durante transmissão pela internet.

PESADOS

Em caminhões, a produção cresceu 7,3% mês a mês, mas caiu 31,8% sobre um ano antes, para 7,3 mil unidades, enquanto as vendas caíram 15,3% e 14,4%, respectivamente, nas comparações sequencial e anual, para 8,1 mil.

Segundo a entidade, a queda no mês foi pontual e o viés para produção e vendas de caminhões é de alta nos próximos meses, já que há demanda de alguns setores da economia para tipos específicos de veículos pesados.

Ainda de acordo com os dados da Anfavea, as exportações de veículos no mês passado somaram 28,1 mil unidades, baixa de 3,4% ante julho e recuo de 23,4% ano a ano.