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Ministro argentino busca pausa de pagamento a FMI até 2024, diz jornal

13/09/2020 13h23

Resumo da notícia

  • Governo busca substituir acordo fracassado em 2018 que já teve US$ 44 bilhões desembolsados
  • FMI disse que quer trabalhar de forma construtiva com o país
  • Argentina já acertou com credores privados reestruturações de mais de US$ 100 bilhões da dívida

A Argentina está tentando evitar pagamentos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no período de 2021 a 2024, enquanto negocia um novo acordo com o credor, disse o ministro da Economia, Martín Guzmán, ao La Nación em reportagem publicada neste domingo.

O país, que está entrando em seu terceiro ano de recessão, iniciou no mês passado negociações com o Fundo sobre um acordo para substituir um acordo fracassado de 2018 que já viu cerca de US$ 44 bilhões desembolsados.

"O objetivo é muito claro: primeiro, não queremos enfrentar pagamentos ao Fundo no período 2021-2024", disse Guzmán, que este mês selou reestruturações de mais de US$ 100 bilhões da dívida em moeda estrangeira da Argentina com credores privados.

"Temos que ter um horizonte claro em termos de carga financeira nos próximos anos e estamos caminhando nessa direção. Isso vai exigir negociações que vão demorar um pouco", afirmou o ministro argentino.

A Argentina atualmente enfrenta a maior parte de pagamentos relacionados ao acordo assinado com o FMI em 2022-2023 , quando quase US$ 40 bilhões foram disponibilizados. O Fundo disse que quer trabalhar de forma construtiva com o país.

O governo de centro-esquerda do presidente Alberto Fernández enviará o projeto de lei orçamentária para 2021 ao Congresso na próxima semana, com previsão de déficit fiscal primário de 4,5% do PIB, que será financiado em parte com transferências do banco central.

"Esperamos que o financiamento do banco central diminua, embora não seja possível ficar totalmente sem ele por um tempo", disse Guzmán. "É por isso que estamos buscando normalizar as finanças públicas, reduzir gradualmente as necessidades de financiamento do banco central e reduzir gradualmente a inflação, que é um objetivo fundamental."