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Economia do Japão volta a contrair no 1º tri após covid-19 afetar gastos

Estado de emergência afetou gastos em roupas e alimentação fora de casa. - Carl Court/Getty Images
Estado de emergência afetou gastos em roupas e alimentação fora de casa. Imagem: Carl Court/Getty Images

Por Leika Kihara e Tetsushi Kajimoto

18/05/2021 07h31Atualizada em 18/05/2021 08h14

A economia do Japão encolheu mais do que o esperado no primeiro trimestre uma vez que a lenta vacinação e novas infecções por covid-19 afetaram os gastos em itens como alimentação fora de casa e roupas, levantando preocupações de que o país ficará para trás em relação a outros.

Os gastos de capital também caíram inesperadamente e o crescimento das exportações desacelerou com força, um sinal de que a terceira maior economia do mundo ainda não tem um fator que o tire da estagnação.

A economia encolheu 5,1% no primeiro trimestre em taxa anualizada, mais do que a expectativa de contração de 4,6% e após salto de 11,6% no trimestre anterior, mostraram dados do governo nesta terça-feira.

A leitura fraca e o estado de emergência ampliaram o risco de que o Japão possa encolher de novo no trimestre atual e voltar à recessão, definida como dois trimestres seguidos de contração.

"A escassez global de chips provocou uma desaceleração nas exportações, pesando sobre os gastos de capital também", disse Yoshimasa Maruyama, economista-chefe de mercado do SMBC Nikko Securities.

"O consumo provavelmente permanecerá estagnado, levantando riscos de uma contração econômica no trimestre atual."

A queda no primeiro trimestre deveu-se principalmente a um recuo de 1,4% no consumo privado uma vez que as contenções do estado de emergência para combater a pandemia afetaram os gastos em roupas e alimentação fora de casa.

Mas a contração maior do que o esperado também refletiu uma perda inesperada de 1,4% em gastos de capital, contra expectativa do mercado de alta de 1,1%, conforme as empresas reduziram os gastos em equipamentos para maquinário e carros.

Embora as exportações tenham crescido 2,3% graças a uma recuperação na demanda global por carros e eletrônicos, o ritmo de alta desacelerou com força ante o ganho de 11,7% do trimestre anterior, um sinal preocupante para uma economia que tem fraca demanda doméstica.

A demanda doméstica subtraiu 1,1 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto as exportações líquidas cortaram 0,2 ponto, mostraram os dados.