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Guedes almoça com empresários em SP em meio a resistência sobre reforma tributária

O ministro da Economia, Paulo Guedes, busca apoio para a proposta, que foi recebida ainda com desgosto por agentes financeiros. - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, busca apoio para a proposta, que foi recebida ainda com desgosto por agentes financeiros. Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

08/07/2021 15h00

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa nesta quinta-feira de almoço com um grande número de empresários em São Paulo, em meio à resistência à reforma tributária apresentada pelo governo.

O compromisso não fazia parte da agenda inicial do ministro, que foi atualizada no começo da tarde para incluir o almoço. Guedes busca apoio para a proposta, que foi recebida ainda com desgosto por agentes financeiros.

O encontro, segundo a Reuters apurou com uma fonte a par do assunto, ocorreria na casa de João Camargo, administrador do grupo Esfera Brasil. Os empresários devem cobrar Guedes a respeito da proposta de mudanças na reforma, em especial questões referentes ao imposto de renda, disse essa fonte que pediu anonimato.

Entre os nomes que participam do encontro, segundo o ministério, estão André Esteves, do BTG; Benjamin Steinbruch, presidente da CSN; Jean Jereissati, presidente da Ambev; Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco; e Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza.

Na véspera, mais de 100 associações empresariais e entidades assinaram carta direcionada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticando o que chamaram de pressa na tramitação da reforma tributária, rechaçando pontos da proposta do governo e argumentando que o projeto desestimula a atração do investimento produtivo, prejudica a geração de empregos e dificulta o crescimento econômico.

Os signatários da carta criticaram o fim do desconto simplificado na declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, defendendo que os recursos que o governo deixará de perder deveriam vir de redução dos gastos públicos —o que, para as entidades, aumenta a urgência da reforma administrativa.

Segundo Lira, a proposta de reforma tributária não será votada pelos deputados enquanto o texto não estiver maduro.

Já nesta quinta os presidentes de sete partidos de centro assinaram um acordo para que suas bancadas no Congresso Nacional atuem contra uma eventual elevação dos impostos durante a análise da proposta enviada ao Legislativo.

No fim de junho, o governo encaminhou à Câmara dos Deputados sua proposta de reforma do Imposto de Renda (IR), prevendo redução da alíquota sobre empresas, aumento do limite de isenção para pessoas físicas e a introdução da tributação sobre dividendos pagos aos investidores, com alíquota de 20%.