Para não ser como Cuba, Brasil precisa de voto impresso auditável, diz Bolsonaro
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o Brasil precisa adotar a impressão de voto nas urnas eletrônicas para não se tornar Cuba, país comunista caribenho e palco de protestos históricos no fim de semana.
Em conversa com apoiadores transmitida pelas redes sociais, Bolsonaro prometeu novamente que vai apresentar novidade sobre o assunto em sua tradicional live na quinta-feira.
"Agora aqui no Brasil para não entrar na linha de Cuba tem que ter o voto impresso e auditável e a contagem pública dos votos", disse o presidente, referindo-se à ilha. Milhares de cubanos foram às ruas do país, de Havana a Santiago, no domingo, nas maiores manifestações contra o governamentais em décadas. Os protestos, pedindo liberdade e a renúncia do presidente Miguel Díaz-Canel, eclodiram em meio à mais profunda crise econômica de Cuba desde a queda da antiga aliada União Soviética e a uma disparada de infecções de Covid-19.
"Quinta-feira tem novidade na nossa live, novidades que ninguém tem, vai ser bombástico aí. Não vou nem dar a dica do que vai acontecer, assistam à live", disse Bolsonaro.
Em outras ocasiões, o presidente disse que iria apresentar provas de supostas fraudes sobre o atual sistema de votação, mas nunca o fez.
Recentemente, Bolsonaro chegou a ameaçar em público que corria o risco de não haver eleições no próximo ano caso não houvesse mudança no sistema de votação. As declarações dele causaram reação de autoridades do Judiciário e do Legislativo.
Apesar das declarações do presidente em defesa da mudança do regime, partidos da Câmara dos Deputados — inclusive da base do governo — não têm dado respaldo para a proposta que prevê a alteração no formato de votação.
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