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Comércio cai após 2 meses de alta, mas se mantém acima do nível pré-pandemia

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados hoje - Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados hoje Imagem: Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

11/08/2021 09h05Atualizada em 11/08/2021 11h17

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O setor varejista do Brasil encerrou o segundo trimestre com queda inesperada das vendas em junho e a mais forte do ano depois de dois meses de ganhos, mas ainda assim segue acima do patamar pré-pandemia.

As vendas no varejo tiveram em junho queda de 1,7% em relação ao mês anterior, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), contra expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,7%.

Além de o resultado representar a maior retração do setor neste ano, é a segunda maior para um mês de junho desde o início da pesquisa em 2000, segundo o IBGE.

Mas depois de ganhos de 2,5% em abril e de 2,7% em maio, o setor fechou o segundo trimestre com alta de 3% sobre os três meses anteriores, após queda de 4,4% no primeiro trimestre.

Além disso, apesar do resultado negativo no mês, o varejo ainda está 2,6% acima do patamar pré-pandemia.

"Tivemos um primeiro trimestre de perda de força e depois um saldo positivo no segundo. E é um cenário de uma queda em cima de um crescimento alto depois de abril e maio, e esse crescimento foi atenuado pelo mês de junho", disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

"O mês de junho teve aumento de juros. Com juros mais altos, o crédito fica mais alto e isso rebate na demanda e no nível de consumo", completou.

Na comparação com junho de 2020, as vendas tiveram alta de 6,3%, bem abaixo da projeção de analistas de avança de 9,1%.

Os dados do IBGE mostraram que em junho cinco das oito atividades pesquisadas tiveram perdas em relação a maio, apesar do avanço no país da vacinação contra o coronavírus.

A queda mais intensa foi do setor de Tecidos, vestuário e calçados, de 3,6%, depois de altas de 16,3% e 10,2% respectivamente em abril e maio.

"No comércio varejista como um todo, há algumas atividades caindo com mais força porque elas tiveram uma certa recuperação nos meses de abril e maio, elevando a base de comparação. Esse foi o caso de tecidos, vestuário e calçados, que é uma atividade que ainda não teve recuperação frente ao patamar de fevereiro do ano passado", disse Santos.

Também tiveram queda no mês as vendas de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,6%), combustíveis e lubrificantes (-1,2%), e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5). Equipamentos e materiais para escritório registraram recuo de 3,5%.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas recuou 2,3% sobre maio, mas terminou o segundo trimestre com ganho de 3% contra o primeiro.

Na comparação mensal, veículos, motos, partes e peças tiveram perdas de 0,2% nas vendas, enquanto material de construção cresceu 1,9%.

(Edição de Maria Pia Palermo)