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BCs não têm meios para combater mudanças climáticas, diz vencedor de Nobel de Economia

14.out.2013 - Os economistas Eugene F. Fama e Lars Peter Hansen e Robert Shiller ganharam o prêmio Nobel de Economia em 2013 - Jonathan Nackstrand/AFP
14.out.2013 - Os economistas Eugene F. Fama e Lars Peter Hansen e Robert Shiller ganharam o prêmio Nobel de Economia em 2013 Imagem: Jonathan Nackstrand/AFP

Da Reuters

05/10/2021 11h50Atualizada em 05/10/2021 14h34

Os bancos centrais correm o risco de fazer promessas em excesso sobre como podem responder aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, alertou um vencedor do Prêmio Nobel de Economia cujo trabalho questiona o quão bem os modelos econômicos lidam com a incerteza.

O professor Lars Peter Hansen, economista da Universidade de Chicago, levantou preocupações específicas sobre as ações dos principais bancos centrais do mundo para promover testes de estresse que abarquem a exposição dos bancos comerciais ao risco climático.

Co-vencedor do Nobel de 2013 pelo trabalho que explora os limites dos esforços dos economistas para entender o risco e suas implicações, Hansen argumentou que as autoridades tendem a minimizar as dúvidas que guardam sobre suas lacunas de conhecimento.

Embora reconheça que políticas fiscais como a cobrança de impostos sobre carbono ou subsídios para tecnologia verde possam ter um impacto na redução das emissões, Hansen disse que o mesmo não foi comprovado para as ferramentas dos bancos centrais, que vão desde política monetária a supervisão de bancos.

"Seu kit de ferramentas é relativamente limitado e eu me preocupo com eles projetando a capacidade de fazer coisas... que eles não têm o poder de fazer com sucesso", disse Hansen em uma entrevista por telefone.

Ele descreveu os testes de estresse com foco no clima como "uma tentativa superficial de abordar um problema muito desafiador", duvidando que eles possam de fato identificar a exposição ao risco climático, dada a falta de experiência anterior e o fato de que tal exposição irá afetar uma série de variáveis por até 30 anos.

"Precisamos ter mais pontos em comum em como estamos pensando sobre o problema se quisermos ter qualquer tipo de regulação razoável... nos testes de estresse eles realmente se precipitaram", disse ele à Reuters.