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Em meio à crise no governo, Guedes cancela participação em mais um evento

Ontem, Guedes já havia cancelado palestra em evento da indústria de construção - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Ontem, Guedes já havia cancelado palestra em evento da indústria de construção Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Marcela Ayres

Em Brasília*

22/10/2021 12h54Atualizada em 22/10/2021 13h43

O ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou participação que faria em evento da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) nesta sexta-feira, conforme assessoria de imprensa da entidade.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Economia, na agenda do ministro constam apenas despachos internos. Na noite de ontem, o ministro também acabou cancelando palestra virtual em evento promovido pela CBIC, da indústria de construção.

Com o pedido de demissão do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, após a aprovação da regra de alteração do teto dos gastos, o mercado começou a especular uma saída de Guedes do governo.

A solução para cumprir os R$ 400 prometidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o Auxílio Brasil, principal motivo para o rompimento no teto de gastos, partiu da ala política do governo, deixando para trás o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Gestada no Palácio do Planalto pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a proposta nem mesmo passou pelos cálculos da equipe econômica.

Fontes da área econômica ouvidas pela Reuters afirmaram que nem mesmo os números usados pelo relator da PEC dos Precatórios, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), foram analisados no Ministério da Economia.

Desde o final da semana passada, Guedes vinha sendo pressionado a aceitar a propostas de um valor mínimo de R$ 400 para os beneficiários do novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil.

A ordem, que veio do presidente Jair Bolsonaro, tem em vista um horizonte muito claro: as eleições de 2022. Orientado pelo centrão, Bolsonaro passou a ver o aumento do benefício aos mais pobres como a tábua de salvação de uma popularidade cada vez menor.

* Com colaboração de Aluísio Alves, Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu, em São Paulo e em Brasília