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China não se compromete a liberar reservas de petróleo solicitadas pelos EUA

Navio-tanque em terminal de petróleo no porto de Ningbo Zhoushan, China - China Stringer Network
Navio-tanque em terminal de petróleo no porto de Ningbo Zhoushan, China Imagem: China Stringer Network

Yew Lun Tian, Ahmad Ghaddar e Olesya Astakhova

Da Reuters*

25/11/2021 10h29Atualizada em 25/11/2021 10h57

A China, maior importadora de petróleo do mundo, não se comprometeu sobre suas intenções de liberar petróleo de suas reservas conforme solicitado por Washington, enquanto fontes da Opep disseram que a ação dos Estados Unidos não fez o grupo produtor mudar de rumo.

Na quarta-feira, um porta-voz do governo chinês afirmou que o país liberaria as reservas de acordo com suas necessidades.

Na terça-feira, o governo do presidente norte-americano Joe Biden anunciou planos para liberar milhões de barris de petróleo de reservas estratégicas em coordenação com outras grandes nações consumidoras, incluindo China, Índia e Japão, para tentar reduzir os preços.

Os EUA assumiram o maior compromisso para liberação de reservas de 50 milhões de barris de vendas pré-aprovadas junto com empréstimos ao mercado, mas sem a China a ação teria menos impacto.

Não houve nenhum anúncio adicional de Pequim na quinta-feira, depois que a China disse na quarta-feira que estava trabalhando na liberação de suas próprias reservas, confirmando notícia da Reuters na semana passada de que a China liberaria petróleo de acordo com suas necessidades.

Na terça-feira, Biden disse em uma entrevista coletiva que a China "pode fazer mais".

Rumores de ação coordenada baixaram os preços do petróleo antes do anúncio dos EUA, mas o mercado internacional subiu mais de 3% na terça-feira, quando Washington confirmou que vai mexer em sua reserva estratégica e o mercado não teve clareza sobre as intenções da China.

O mercado também está ansioso para ver o próximo movimento da Opep, já que o anúncio de Washington gerou especulações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecidos coletivamente como Opep+, poderiam reagir.

No entanto, três fontes disseram à Reuters que o grupo não estava considerando interromper seu acordo atual para aumentar a produção em 400 mil barris por dia todos os meses, uma taxa considerada muito lenta por alguns países consumidores.

A Opep+, que inclui Arábia Saudita e outros aliados dos EUA no Golfo, bem como a Rússia, se reúne novamente em 2 de dezembro para discutir a política.

(*Reportagem de Yew Lun Tian em Pequim, Ahmad Ghaddar e Noah Browning em Londres, Olesya Astakhova em Moscou; reportagem adicional de Timothy Gardner e Alexandra Alper em Washington, Arathy S Nair e Florence Tan em Cingapura)