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Direção está certa, com crescimento e inflação em queda, diz Mantega

Valter Campanato/ABr
Imagem: Valter Campanato/ABr

05/04/2013 01h17

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na noite desta quinta-feira, em entrevista à jornalista Miriam Leitão, na GloboNews, que a trajetória da economia brasileira é de "crescimento com recuperação do investimento".

"Estamos na direção certa, a economia está voltando a crescer e a inflação está caindo", disse ele. "O governo nunca se furtou a controlar a inflação e usou todos os instrumentos para isso", afirmou Mantega.

Segundo o ministro, na série acumulada de 12 meses, o país ainda estaria sofrendo os efeitos de pressões inflacionárias de 2012, como a seca nos Estados Unidos, que elevou o preço dos grãos, e a seca no Brasil, que afetou o preço dos alimentos no mercado doméstico. Além disso, Mantega chamou a atenção para o efeito da desvalorização cambial acumulada em 2012, da ordem de 20%, sobre os custos de insumos importados pelo Brasil.

A tendência para a inflação futura é de queda, ressaltou o ministro, embora tenha reconhecido que os efeitos ainda se fazem sentir quando se considera a inflação acumulada em 12 meses. "Estamos olhando para frente. Já estamos consertando essa situação [pressão sobre os preços dos alimentos] com a nova safra", disse o ministro, destacando também que a perspectiva cambial para 2013 é mais "estável" do que a verificada no ano passado.

Mantega afirmou que a inflação de março, medida pelo IPCA, virá mais baixa do que os resultados de 0,60% em fevereiro e 0,86% em janeiro.

"Não estamos fazendo política de desoneração por causa da inflação", afirmou Mantega, ressaltando que as iniciativas de desoneração dizem respeito à redução de custos estruturais, com uma perspectiva de longo prazo. "A desoneração da folha de pagamentos é permanente."

Mantega negou haver pressões políticas sobre o Banco Central relacionadas à condução da política monetária. "A taxa de juros é variável. O BC pode elevar os juros ou baixar os juros quando achar necessário", disse.

Ele negou também haver tolerância na equipe econômica em relação a um nível mais alto de inflação, ao ser questionado sobre declarações atribuídas ao secretário de Política Econômica, Márcio Holland, de que cada país teria um nível de inflação relativamente natural. "Não acredito que ele tenha dito isso. Ninguém aqui pensa dessa forma. Não é interessante manter inflação acima de 6%. Inflação prejudica a todos", disse o ministro.

Questionado sobre a política de injeção de recursos do Tesouro no BNDES, Mantega respondeu que o banco de fomento continuará recebendo recursos do Tesouro, mas em volume menor.

Ele refutou as alegações de que o governo teria praticado uma "alquimia" para alcançar o superávit primário de 2012. "Foi tudo dentro da lei, não houve alquimia", disse Mantega, acrescentando que, para 2013, se o governo julgar necessário, irá abater investimentos e parte das desonerações do cálculo do superávit primário do ano.