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Rendimento real do trabalhador cresce 27% na década, aponta IBGE

29/11/2013 11h06

O rendimento real da população ocupada (trabalho formal e informal) de 16 anos ou mais de idade cresceu 27,1% em 2012 na comparação com 2002, quando passou de R$ 1.151 para R$ 1.469 mensais. É o que aponta a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2013, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse crescimento foi maior que o observado para toda a população em trabalhos formais, cujo rendimento real cresceu 13,6% entre 2002 e 2012. A renda real dos trabalhadores informais, no mesmo período, subiu 31,2%.

O crescimento do rendimento dos trabalhadores não tem sido uniforme em todas as regiões do país. A maior variação ocorreu na Região Nordeste (48,2%) e a menor na Região Norte (19,4%).

O IBGE também apurou que, na última década, foi reduzida a distância entre os rendimentos de homens e mulheres, embora as mulheres recebam menos em ambas as formas de trabalho, seja formal ou informal. Em 2002, o rendimento médio das mulheres ocupadas de 16 anos ou mais de idade era equivalente a 70% do rendimento dos homens. Em 2012, essa relação passou para 73%.

A desigualdade de rendimento entre homens e mulheres é mais elevada nos trabalhos informais, cujo rendimento das mulheres corresponde a 66% do rendimento dos homens.

Os indicadores de jornada média de homens e mulheres no mercado de trabalho e na realização de afazeres domésticos revelam ainda as mudanças recentes no mercado de trabalho brasileiro com a crescente participação feminina, diz o IBGE. Em 2012, os homens tinham uma jornada semanal média de 42,1 horas e a das mulheres era de 36,1 horas.

No cuidado de afazeres domésticos, as jornadas de homens e mulheres eram 10 horas e 20,8 horas, respectivamente. Na comparação com 2002, é importante destacar que a jornada masculina com afazeres domésticos praticamente não se alterou, enquanto a feminina teve uma redução de um pouco mais de duas horas semanais.

"Nesse processo de conciliação entre trabalho voltado ao mercado e o cuidado da casa e da família, esses resultados indicam uma redistribuição por parte das mulheres acerca do seu tempo, embora os afazeres domésticos sejam uma atividade predominantemente feminina e elas tenham um excedente de mais de quatro horas na jornada total comparativamente aos homens na soma de ambas as formas de trabalho", dizem os especialistas do IBGE na pesquisa.