IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

FGV: desemprego pode ter "leve aumento" em 2014

16/12/2013 17h26

O mercado de trabalho permaneceu estável em novembro, sem grandes mudanças tanto no ritmo de contratações quanto no ritmo de demissões. No entanto, o mesmo não deve ocorrer em 2014. Caso ocorra continuidade no ritmo de desaceleração da economia brasileira no próximo ano, possibilidade considerada cada vez mais certa no mercado, a taxa de desemprego corre o risco sofrer um "leve aumento", nas palavras do pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Fernando de Holanda Barbosa Filho.

Nesta segunda-feira, 16, o Ibre/FGV divulgou o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) de novembro, que caiu 0,1% em relação ao mês anterior, considerando-se dados livres de influência sazonal. O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), também divulgado hoje, subiu 0,2% em novembro ante outubro, também com dados livres de influência sazonal.

"As duas taxas são muito próximas a zero e representam a atual estabilidade no mercado de trabalho", resumiu o especialista, acrescentando que, no caso do desemprego, a notícia não é desfavorável, visto que o nível da desocupação se posiciona em patamar baixo.

No entanto, considerou que, embora o desemprego tenha chance de se manter em nível baixo no próximo ano, a taxa de desocupação não deve se manter estacionada. Isso porque há forte possibilidade de continuidade, para 2014, do atual cenário de economia mais fraca. Esse ambiente não estimula novas contratações, alertou o economista.

Renda menos intensa

Além disso, a renda real do trabalhador cresceu de forma menos intensa em 2013, comentou ele. "Tendo em vista de que a produtividade não reagiu esse ano, acho difícil a renda real crescer de forma mais intensa [no ano que vem]", avaliou.

Entretanto, um dos aspectos que podem contribuir para melhorar esse cenário é a realização das eleições e da Copa do Mundo, em 2014. Os dois eventos ajudarão a elevar o ritmo de contratações, de forma a equilibrar o ambiente de economia mais fraca que estimula cortes de vagas.

Mas o ano eleitoral e de Copa não vai conseguir compensar as influências desfavoráveis do PIB mais fraco no mercado de trabalho, admitiu ele. "Estamos pensando em uma taxa de desemprego entre 5,3% e 5,5% para o ano que vem", acrescentou. Em outubro desse ano, a taxa de desocupação ficou em 5,2%.