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Bovespa inicia semana "travada", em dia sem Nova York

17/02/2014 11h46

A bolsa brasileira opera sem tendência nas primeiras horas de pregão desta segunda-feira e deve continuar "travada" pelo menos até as 13 horas, quando se encerra o exercício do vencimento de opções sobre ações de hoje. Além disso, o feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos retira boa parte da liquidez do mercado local.

Entre os destaques do dia, estavam Brookfield ON (18,54%, a R$ 1,47), que oficializou oferta para fechar capital, e OGX ON (estável, a R$ 0,29), que entregou na sexta-feira seu plano de recuperação à Justiça. Diante do volume reduzido do mercado, a ação da Brookfield é a terceira mais negociada, com giro de R$ 20 milhões, e OGX ON é a quinta mais movimentada, com R$ 12 milhões.

Às 11h30, o Ibovespa subia apenas 0,07%, para 48.237 pontos, com volume de R$ 1,5 bilhão. Embora o giro pareça elevado para o horário, operadores contam que nesse montante já há um grande exercício de opções de venda de Itaú PN (0,79%, a R$ 31,85). Entre as principais ações do índice, Vale PNA avançava 0,41%, para R$ 31,09, e Petrobras PN ganhava 0,27%, para R$ 14,62. As duas também estão sob influência do vencimento de opções.

O analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo, destaca que o Ibovespa conseguiu se manter acima dos 48 mil pontos na última semana e tem chances de dar sequência ao repique para, talvez, conseguir reverter a tendência de baixa.

"O rompimento dos 48.670 deverá dar sinais de que a tendência de baixa pelo gráfico diário estará sendo de vez comprometida e que o mercado apontará para os objetivos curtos em 49.000 e 49.500 pontos", afirma. Por outro lado, o mercado precisa respeitar o suporte e mínima da semana passada nos 47.130 pontos, pois a perda deste ponto poderá comprometer todo o esforço de repique, dando sequência à atual tendência de baixa.

Na ponta positiva do Ibovespa, apareciam Brookfield ON, Rossi ON (2,70%) e Ultrapar ON (1,72%).

A controladora da Brookfield confirmou na sexta-feira passada que vai fechar o capital da incorporadora. A empresa já havia sinalizado tal intenção em 27 de janeiro. Na época, afirmou que suas opções incluíam ainda uma capitalização da controlada. Pelo fato relevante, a oferta pública de aquisição (OPA) das 268,609 milhões de ações ordinárias em circulação será ao preço de até R$ 1,60 por ação, o que embute um prêmio de 29% sobre a cotação de fechamento de hoje. Vale destacar que, na sexta, antes da divulgação do fato relevante,os papéis tiveram forte alta de 5,5%, a segunda maior do Ibovespa, para R$ 1,24.

O analista da Fator Corretora Renato Maruichi considerou o preço máximo sinalizado para o fechamento do capital da Brookfield "muito baixo". Segundo ele, o valor sugerido significa um múltiplo de preço sobre valor contábil de 0,34 vez, abaixo da média do universo de companhias cobertas pela Fator, de 0,8 vez. Além disso, representa um desconto de 60% em relação ao preço-alvo que a Fator calcula para a ação da companhia.

Na análise intitulada "Muito baixo para ser aceito", a corretora diz que o desconto da Brookfield é decorrente principalmente da falta de eficiência operacional, do alto endividamento e da ausência de credibilidade, por causa de revisões de orçamentos e aumentos de custos. Por outro lado, afirma que a empresa pode adicionar valor aos acionistas no longo prazo, por causa de sua estratégia assertiva, focada no público de classe média em regiões metropolitanas.

Na outra ponta do Ibovespa, estavam Energias do Brasil ON (-2,9%), ALL ON (-2,48%) e Copel PNB (-1,92%). ALL devolve parte da alta de quase 20% de sexta-feira, quando reagiu à notícia do Valor, de que a empresa está próxima de um acordo para fusão com a Rumo, empresa de logística da Cosan.