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Bovespa e dólar caem; investidor mantém expectativa com ata do Fed

19/02/2014 14h11

Os mercados financeiros operam na expectativa por dois eventos de peso no Brasil e no exterior. A divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano) prevista para esta tarde manteve os investidores na retranca durante toda a manhã. Os agentes evitam grandes movimentos até que seja conhecido o documento da autoridade monetária dos EUA, que pode ajudar a esclarecer qual é sua visão sobre os recentes dados apontando para uma retomada mais fraca do que o previsto.

No Brasil, o fato que promete mover os investidores é a divulgação do contingenciamento do Orçamento da União e da meta de superávit primário deste ano, que pode acontecer entre amanhã e sexta-feira. A visão dos analistas é de que a confirmação de uma meta que represente avanço em relação a 2013 e, sobretudo, seja factível terá efeito direto sobre o rumo dos negócios nos próximos dias. Até lá, uma certa hesitação deve permanecer nos negócios.

Bolsa

Depois de uma abertura francamente negativa, a bolsa brasileira passou a subir no início desta tarde, mas já voltou ao terreno negativo.

O clima ainda é de cautela, antes da apresentação da ata da última reunião do Fed. Além disso, o mercado aguarda um posicionamento do governo sobre a metal fiscal para este ano.

Ao redor de 14 horas, o Ibovespa declinava 0,12%, para 46.545 pontos. Petrobras PN cedia 0,85% e Vale PNA tinha estabilidade.

Câmbio

Após um início de dia mais fortalecido, em que chegou a bater a máxima em quase uma semana, o dólar virou e passou a cair frente ao real nesta quarta-feira. Segundo operadores, a combinação entre um fluxo positivo desde cedo, o alívio do dólar no exterior e as intervenções do BC no câmbio responde pelo enfraquecimento da divisa americana, que dá ao real o posto de moeda emergente com melhor desempenho ante o dólar hoje.

O BC tornou a vender todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, movimentando o equivalente a US$ 197,7 milhões. Perto do fim da manhã, o BC fez a rolagem de mais 10,5 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados. A operação, que movimentou o equivalente a US$ 517,0 milhões, elevou a US$ 5,3149 bilhões o montante já rolado referente ao lote com vencimento em março.

Perto das 14 horas, o dólar comercial recuava 0,25%, a R$ 2,3910. O contrato de março estava a R$ 2,3975, com baixa de 0,27%.

Os agentes esperam a apresentação da ata do Fed nesta tarde. Na semana passada, a presidente da instituição, Janet Yellen, reiterou em audiência no Congresso americano o gradualismo no processo de retirada dos estímulos e repetiu que as taxas de juros permanecerão próximas de zero por um período prolongado. Mas também desenhou um quadro positivo para a economia americana. A manutenção ou omissão dessa referência pode dar argumentos para que investidores alterem suas apostas quanto ao rumo da política monetária no país, o que tem potencial para mexer com os preços das moedas no mundo.

Para alguns analistas, os sinais de enfraquecimento da atividade na maior economia do mundo podem estar ligados a uma perda de fôlego real da economia e não apenas ao frio extremo.

Outro fator que deve influenciar o comportamento do dólar ao longo do dia - e até pelo menos o fim da semana - é a discussão em torno do anúncio da meta de superávit primário junto com o volume a ser contingenciado do Orçamento.

Juros

A espera pela ata do Fed mantém os investidores na retranca e explica o volume e as oscilações moderadas no mercado de juros futuros hoje. As taxas iniciaram o dia em alta, refletindo a cautela que dominava outros segmentos de negócios. À medida que o dólar cedeu para baixo dos R$ 2,40, os DIs também recuaram.

O mercado também promove alguns ajustes, após a reação forte observada ontem às declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, que reforçaram a corrente dos que apostam em desaceleração do ritmo de aperto monetário.

A definição da meta do superávit primário para o ano, a ser divulgada até sexta-feira, pode ser o fiel da balança nesse debate. Se, de fato, o governo garantir de forma crível o cumprimento de um resultado ligeiramente acima do obtido no ano passado, então o fim do ciclo em fevereiro ou abril tende a tornar-se a aposta consensual.

No noticiário do dia, merece atenção o resultado da segunda prévia do IGP-M de fevereiro.

Ao redor das 14 horas, o DI janeiro 2015 marcava 11,13% e o DI janeiro 2017 estava a 12,52%.

Mercados internacionais

Os mercados internacionais operam ao longo desta quarta-feira marcados com cautela e por um movimento de correção. No aguardo da ata da última reunião do Fed, os investidores assimilavam indicadores econômicos americanos e mantinham um olho na tensão política da Ucrânia.

O foco do investidor agora volta-se totalmente para a divulgação da ata da última reunião do Fed. Enquanto esperam o documento, investidores absorvem a queda de 16% do número de obras residenciais iniciadas nos Estados Unidos em janeiro. O número veio muito abaixo da previsão dos analistas, que era de queda para 980 mil. Já o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em janeiro, acima do previsto.

Por volta das 14 horas, em Nova York, o Dow Jones recuava 0,06%, o Nasdaq declinava 0,39% e o S&P 500 cedia 0,10%.

Na Europa, o FTSE 100, em Londres, tinha alta de 0,01%, o DAX, de Frankfurt, apresentava elevação de 0,07% e o CAC 40, de Paris, subia 0,24%.