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Bovespa termina em leve alta após meta de superávit agradar investidor

20/02/2014 18h06

A Bovespa encerrou em leve alta nesta quinta-feira, depois de um pregão de grande volatilidade, com investidores digerindo os dados fracos de atividade industrial na China e na Europa e ainda a meta de superávit fiscal do governo brasileiro para este ano. Apesar da melhora, especialistas avaliam que o movimento da bolsa brasileira é apenas uma correção técnica, de recuperação parcial das perdas acumuladas neste início de ano. "O mercado ainda está muito instável e avesso ao risco. Por enquanto não vejo uma mudança na tendência [de baixa]", afirma o sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno. "O mercado recebeu bem a meta [de superávit primário] proposta pelo governo. Isso ajudou a estancar a queda registrada pela manhã por causa da atividade fraca na China." Para Zeno, a melhora é temporária, já que há ainda uma série de incertezas pesando sobre o mercado brasileiro, como a desaceleração da economia chinesa, a retirada dos estímulos nos Estados Unidos, o baixo crescimento da economia, a inflação elevada e ainda a safra de balanços, que também tem deixado a desejar. O Ibovespa fechou em alta de 0,29%, aos 47.288 pontos, com giro de R$ 5,706 bilhões. Entre as principais ações do índice, Vale PNA recuou 1,00%, a R$ 30,59, Petrobras PN caiu 0,28%, a R$ 14,16; e Itaú PN marcou baixa de 0,12%, a R$ 31,06. Na ponta negativa ficaram as construtoras Rossi ON (-2,27%), PDG Realty ON (-1,88%) e Gafisa ON (-1,60%), além de Embraer ON (-1,81%). Ultrapar ON (-1,57%) também terminou em baixa, mesmo após apresentar lucro de R$ 371 milhões no quarto trimestre, um aumento de 20% sobre igual período do ano passado. Oi PN chegou a liderar as perdas do dia, mas encerrou o dia com baixa modesta, de 0,79%. Pela manhã, a empresa publicou mais informações sobre a reestruturação societária anunciada em outubro do ano passado. O conselho de administração da companhia aprovou o pedido de oferta pública primária de ações ordinárias e preferenciais à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que faz parte do processo de fusão da companhia com a Portugal Telecom. A operação terá garantia firme de um grupo de bancos. A lista de maiores altas trouxe ALL ON (5,88%), JBS ON (5,51%) e LLX ON (5,43%). O mercado aguarda o anúncio da fusão com a Rumo, braço logístico do grupo Cosan, cujas negociações estão em andamento, conforme já noticiou o Valor. Até a última sexta-feira, a expectativa era que o acordo pudesse ser finalizado ainda nesta semana. Entretanto, fontes informam que ainda há pendências a serem discutidas. Gol PN (3,65%) também se destacou entre as altas. A companhia aérea anunciou uma parceria de longo prazo para cooperação comercial com a Air France-KLM. O acordo envolve o investimento de US$ 100 milhões na companhia aérea brasileira ? dos quais US$ 52 milhões serão investidos em ações e US$ 48 milhões em dinheiro. A Air France ficará com 1,5% das ações preferenciais da Gol. O Bank of America Merrill Lynch (BofA) diz que a parceria é positiva para as perspectivas de longo prazo da Gol, mas ainda se mostra cauteloso quanto à companhia. Segundo o banco, o preço a ser pago pela franco-holandesa é alto demais, mas pode se justificar. A recomendação dos analistas Sara Delfim, Roberto Otero, Murilo Freiberger e Joe Moura p ara as ações da Gol foi mantida em neutra, apesar do acordo.