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Lagarde diz que FMI quer ajudar no crescimento do PIB global

23/02/2014 15h15

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, saudou o acordo do G-20 para desenvolver e implementar medidas com o objetivo de fazer o PIB global crescer mais 2% nos próximos cinco anos, o equivalente a cerca de US$ 2,25 trilhões. "Essa meta pode ser atingida e está em linha com a análise do FMI apresentada ao G-20 nesta semana", disse Lagarde, em nota.

"Medidas para apoiar o investimento, impulsionar o comércio e promover a competição serão essenciais para um crescimento mais sustentável e robusto, como notado pelo G-20", destacou ela, enfatizando que o FMI está pronto para ajudar os seus membros com aconselhamento e, se necessário, com financiamento.

Lagarde também disse ser importante que o G-20 tenha se comprometido, na reunião realizada em Sydney, na Austrália, com uma comunicação consistente "de ações de política monetária", para ajudar nos esforços de administrar os efeitos sobre a economia global.

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está no meio do processo de redução do ritmo de compras de ativos, diminuindo os estímulos monetários, o que terá impacto sobre os fluxos de capitais para países emergentes. "O diálogo global e uma melhora na comunicação são essenciais para ajudar a salvaguardar a estabilidade financeira", afirmou Lagarde.

A diretora-gerente do FMI também ressaltou o compromisso dos países do G-20 em tomar os passos necessários para gerenciar pressões deflacionárias e inflacionárias. "O FMI apoia esses esforços, e está pronto para assistir os seus membros com conselho sobre políticas e, onde for necessário, com financiamento."

Ao comentar a situação da economia global, Lagarde afirmou que ainda há grandes desafios à frente, embora o crescimento mundial tenha se fortalecido recentemente, em grande parte liderado pelas economias avançadas. Entre os riscos, ela destacou a maior volatilidade nos mercados financeiros e fluxos de capitais nos países emergentes e as baixas taxas de inflação nos países desenvolvidos. "Uma ação adicional e cooperação internacional são necessárias para promover uma recuperação global mais robusta - que seja sustentada e impulsione a criação saudável de empregos - e para se contrapor a riscos reais e potenciais", disse.

Ela destacou ainda a decepção do G-20 com a falta de avanço na reforma do sistema de cotas e de governança do FMI, assim como o objetivo do grupo de tomar medidas nos próximos meses para atingir essa meta. "No FMI nós compartilhamos essa visão e instamos um progresso rápido em sua implementação. Espero continuar a discutir esse assunto e muitos outros temas explorados em Sydney no próximo encontro do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês responsável pelas elaboração das diretrizes do Fundo), marcado para abril, em Washington."

A reforma de cotas do FMI, que eleva o poder dos emergentes na instituição, depende hoje basicamente da ratificação do Congresso americano. Para ser implementada, a medida necessita de 85% dos votos. Como os EUA têm quase 17% de poder de voto no FMI, a reforma não anda sem que haja aprovação do Congresso de uma proposta nesse sentido. No começo do ano, os parlamentares americanos aprovaram um novo orçamento que vale até setembro deste ano, mas não incluíram no acordo os US$ 63 bilhões necessários para elevar a contribuição dos EUA ao FMI e, com isso, permitir a implementação das mudanças.