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Manifestantes detidos durante ato anti-Copa do Mundo foram liberados

23/02/2014 12h55

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulista informou por meio de sua assessoria de imprensa que foram liberados até a manhã deste domingo todos os manifestantes detidos no sábado durante o segundo grande protesto anti-Copa em São Paulo.

O ato, que reuniu aproximadamente mil pessoas na noite de sábado, terminou com cenas de vandalismo e confronto entre policiais militares e manifestantes, no centro da cidade.

Segundo a Polícia Militar, cerca de 230 suspeitos de terem cometido atos de vandalismo foram detidos e levados ao 2º (Bom Retiro), 3º (Santa Ifigênia), 4º (Consolação) e 78º (Jardins) DPs.

Segundo policiais de plantão, 35 manifestantes que estavam no 2º DP foram liberados nas primeiras horas da madrugada. O mesmo aconteceu no 78º DP, que recebeu pelo menos um ônibus cheio de manifestantes, todos liberados antes das 8h da manhã.

A manifestação deste sábado começou na praça da República com cerca de mil pessoas, segundo a PM, e percorreu diversas ruas do centro de São Paulo.

Por volta das 18h40, antes de começarem as depredações dos adeptos da tática "black bloc", um grupo de cerca de 150 manifestantes foi isolado por PMs com escudos. Eles foram obrigados a se agachar na rua e chegaram a ser agredidos com golpes de escudos.

O repórter Reynaldo Turollo Jr., da "Folha de S.Paulo", estava neste grupo e também foi alvo dos policiais. Ele levou um gravata de um PM, foi arrastado para fora do cerco e jogado ao chão depois que se identificou como jornalista e começou a filmar com um celular. Em nota, a SSP lamentou a agressão sofrida pelo repórter.

De dentro do cerco manifestantes escolhidos pelos policiais eram levados, um a um, para averiguação. Segundo um dos PMs, foram achados um coquetel molotov e bolas de gude em uma das mochilas.

Jornalistas de outros veículos também foram agredidos. Um repórter fotográfico de um site disse que seu equipamento foi danificado por um policial.

Este foi o primeiro protesto que contou com a participação da "tropa do braço" da Polícia Militar - grupo com conhecimento de artes marciais que vai ao protesto sem armas de fogo com a função de separar da multidão pessoas suspeitas.

Ao cercar as pessoas que vinham imediatamente atrás de onde estava a maioria dos mascarados, a PM deixou os "black blocs" isolados à frente. Pouco depois começaram as depredações, nas ruas Sete de Abril e Xavier de Toledo. A polícia respondeu aos atos de vandalismo com bombas de gás lacrimogêneo.

Durante todo o ato pessoas gritavam palavras de ordem contra a realização do mundial. "Não vai ter Copa. Não vai ter Copa", gritavam. Ao menos dois manifestantes e cinco policiais se feriram, segundo a PM.