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Dólar cai pelo quarto dia seguido e renova mínima desde janeiro

24/02/2014 12h10

As vendas de dólares voltam a dominar o mercado de câmbio brasileiro nesta segunda-feira, depois de um início de sessão mais hesitante. A moeda até chegou a subir, mas sucumbiu a novas entradas de recursos, novas injeções de liquidez pelo Banco Central (BC) e ao enfraquecimento da divisa americana no exterior, em meio a uma notável melhora no humor externo. Essa combinação derruba a cotação para uma nova mínima em mais de um mês, no quarto dia seguido de baixa.

Às 11h50, o dólar comercial caía 0,76%, para R$ 2,3350, perto da mínima de R$ 2,3320 - menor patamar desde 20 de janeiro, quando a moeda chegou a ser negociada em R$ 2,3290. O dólar para março recuava 0,55%, para R$ 2,3775, depois de marcar uma mínima de R$ 2,3350.

Em quatro dias, o dólar acumula um tombo de 2,59%, num movimento que claramente destoa do comportamento em relação a divisas como o dólar australiano, o rand sul-africano, a lira turca e o peso mexicano, que operam entre queda e estabilidade no período.

Segundo profissionais, o mercado ainda reflete um desmonte de posições compradas em dólar que ocorre desde a semana passada, boa parte ditada pela recepção positiva ao anúncio das metas fiscais. A decisão do governo de cortar R$ 44 bilhões em gastos e de gerar uma economia para pagamento de juros no equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) foi interpretada pelo mercado como um sinal de comprometimento com a recuperação da credibilidade fiscal perdida, reduzindo o risco de um rebaixamento da nota soberana de crédito.

A venda de swaps cambiais pelo BC, que funciona como uma injeção de liquidez no mercado futuro, serviu para reforçar o movimento de vendas de dólares. O BC efetivou a rolagem de todos os 10.,5 mil contratos ofertados, pouco menos de US$ 525 milhões. Mais cedo, a autoridade monetária havia colocado cerca de US$ 200 milhões em leilão dentro do programa de oferta diária de hedge (proteção) cambial.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, afirma que o anúncio das metas fiscais foi o grande gatilho para esse alívio no dólar, mas ressalva que esse desmonte de apostas contra o real pode ser interrompido caso o BC opte por reduzir o passo do aperto monetário, elevando a Selic em 0,25 ponto percentual e não 0,50 ponto como boa parte do mercado ainda espera. "Se isso acontecer, é dólar para cima", diz.