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Michel Temer reúne base governista na Câmara para frear rebelião

24/02/2014 12h25

Com seu partido como líder da rebelião da base governista na Câmara dos Deputados e a presidente Dilma Rousseff em viagem internacional, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) promove nesta segunda-feira, às 17h, uma reunião com os líderes dos partidos aliados para tentar melhorar a relação do Planalto com o Legislativo.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, está ligando para os líderes desde sexta-feira para marcar a reunião. "É um gesto importante para melhorar a relação", afirmou o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), destacando que, além de vice-presidente, Temer é um dos líderes do PMDB - ele é presidente licenciado do partido.

Na quarta-feira, outros dois pemedebistas de peso, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o líder da legenda na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), participaram de um jantar para lançar um "blocão" com outros partidos da base por mais "independência" do Legislativo em relação ao governo. A sigla já deixou de comparecer as reuniões da base aliada do governo na Câmara.

Os peemedebistas da Câmara estão insatisfeitos com a reforma ministerial. A bancada indicou os ministros da Agricultura, Antônio Andrade (MG), e do Turismo, Gastão Vieira (MA), que deixam os cargos até abril para disputar a reeleição para deputado federal. Na hora da troca, porém, Dilma sugeriu dar um dos ministérios para o PTB apoiá-la formalmente na eleição, o que fez os parlamentares protestarem, dizendo que não vão indicar novos nomes para o cargo.

A bancada do Senado também está insatisfeita com as mudanças ministeriais, mas não ensaiam, por ora, rebelião nos moldes da dos deputados. Os senadores peemedebistas queriam que o colega Vital do Rêgo (PB) fosse nomeado ministro da Integração Nacional no ano passado, mas até agora o cargo permanece com o interino Francisco Teixeira, indicado pelo governador do Ceará, Cid Gomes (Pros).

O impasse com os peemedebistas na reforma ministerial fez Dilma deixar as negociações com a legenda paradas e fazer as mudanças pelos ministérios do PT, com trocas no Desenvolvimento Econômico, Casa Civil e Saúde. Os outros partidos também não foram chamados para discutir possíveis trocas dos ministros que vão disputar eleições este ano.

Dilma está desde sexta-feira em viagens fora do país - ficou em Roma na sexta-feira e sábado, e Genebra no domingo e hoje, com volta prevista para a madrugada desta terça-feira - e pediu para Temer organizar a reunião para tentar acalmar a base aliada.