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Adidas suspende venda de camisetas que associam Brasil ao sexo

25/02/2014 18h10

A fabricante de produtos esportivos Adidas, patrocinadora da Copa do Mundo, informou, nesta terça-feira, 25, que, após polêmica que motivou órgãos do governo brasileiro a divulgar notas de repúdio, suspendeu a venda da linha de camisetas que associava o Brasil a sexo. Elas estavam sendo vendidas nos Estados Unidos por US$ 25 (R$ 59, aproximadamente).

Um dos modelos era ilustrado com o desenho de uma mulher de biquíni com a frase "lookin' to score", que pode ser traduzido, literalmente, por "em busca de pontos"? no caso, gols, já que há uma bola de futebol no desenho. No entanto, os mais maliciosos podem entender que a mensagem faz referência ao universo sexual e traduzir por "procurando faturar, se dar bem". O outro modelo traz uma ilustração de coração em formato similar ao de nádegas vestidas de biquíni, formando a frase "I love Brazil".

"A Adidas sempre acompanha de perto a opinião de seus consumidores e parceiros e, por isso, anuncia que os produtos em questão não mais serão comercializados pela marca. É importante frisar que trata-se de uma edição limitada, que estaria disponível apenas para os Estados Unidos", informou a empresa em nota.

A companhia não informou quantas unidades foram vendidas e nem quantas foram fabricadas.

Mais cedo, nesta terça, o Ministério do Turismo e a Secretaria de Políticas para as Mulheres divulgaram notas nas quais repudiam "qualquer relação entre os ícones nacionais e imagens com apelo sexual", segundo o ministério.

Para a secretaria, o ato é "inadmissível" e um crime "contra toda a humanidade", pois coloca "as mulheres num estágio de barbárie, por meio da predação sexual". A secretaria destaca que "isso choca tanto mais por se dirigir a um país que elegeu justamente uma mulher como sua autoridade máxima".

O Valor questionou a Adidas sobre se essa associação da Copa com sexo poderá inflar os ânimos dos manifestantes, que protestam contra a realização da Copa, mas não obteve retorno. A empresa informou apenas que "os produtos em questão não mais serão comercializados pela marca".

No sábado, 22, um protesto na região central de São Paulo, cuja pauta era se manifestar contra o evento esportivo, terminou com 262 detidos, segundo a Polícia Militar. Novos protestos contra a realização da competição, no Brasil, já estão marcados: há uma manifestação programada para hoje no Rio de Janeiro e outra em São Paulo no dia 13 de março.