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Dólar cai ante real e é cotado a R$ 2,34; China e EUA ganham atenção

25/02/2014 12h55

O dólar já saiu da mínima do dia, mas segue em queda frente ao real nesta terça-feira, ainda em torno dos menores patamares em mais de um mês. Entre os fatores que influenciam neste movimento, está a desvalorização da moeda americana em relação a outras divisas, incluindo emergentes.

Mais uma vez, o real destoa de alguns de seus pares, sobretudo o dólar australiano, que recua frente à moeda americana hoje. A fraqueza da divisa australiana é associada, principalmente, à série de quedas do yuan, que teve hoje a maior baixa ante o dólar em quase dois anos, no sexto dia consecutivo de depreciação.

Profissionais afirmam que a desvalorização da moeda chinesa parece ser estimulada pelo próprio banco central do país, numa tentativa de desarmar posições excessivamente compras na divisa local e evitar movimentos mais bruscos após uma esperada ampliação da banda de variação do yuan nos próximos meses, do atual intervalo de 1% para 2%.

Para analistas, por ora, o real não deve ser significativamente influenciado pelos movimentos na moeda chinesa, embora oscilações mais bruscas, como a de hoje, se continuarem, possam gerar algum receio adicional sobre a segunda maior economia do mundo.

"O real tem reagido a fatores muito locais. Nas moedas emergentes, de forma geral, estamos vendo uma diferenciação ficando mais clara. A queda do yuan não assusta por enquanto, mas precisa ser monitorada", diz o estrategista para mercados emergentes do banco Brown Brothers Harriman em Londres, Ilan Solot.

Perto de 12h45, o dólar comercial caía 0,29%, para R$ 2,34. O dólar para março recuava 0,14%, para R$ 2,3420.

A queda de hoje é a quinta seguida da moeda americana. Nas últimas quatro sessões, o dólar acumulou baixa de 2,09%. Para o operador de tesouraria de um banco dealer, o dólar pode testar R$ 2,30 já nos próximos dias. Mas ele afirma que, a partir dessa taxa, a condição técnica começa a ficar mais favorável à compra de dólar. "A não ser que haja uma onda de apetite por risco, é menos provável o dólar cair abaixo de R$ 2,30 e permanecer mais baixo. O cenário para Brasil ainda é complicado. O que está havendo é um reajuste de posição e não uma movimento de compra de Brasil", diz.

O Banco Central (BC) completou a rolagem do lote de quase US$ 7,4 bilhões em swaps cambiais tradicionais com vencimento em março ao postergar nesta terça-feira a expiração de 11.050 contratos. A operação movimentou o equivalente a US$ 546,2 milhões e será liquidada no próximo dia 5.

O próximo vencimento de swaps está marcado para 1º de abril, de US$ 10,148 bilhões nesses papéis. Esse lote é o maior do BC e responde a 12% da posição total da autoridade monetária junto ao mercado via swaps, que soma US$ 83,202 bilhões.

O BC vendeu ainda todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nes ta terça-feira, movimentando o equivalente a US$ 197,4 milhões. A colocação ficou restrita ao vencimento 1º de dezembro e terá liquidação amanhã, quarta-feira, dia 26.