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Dólar tem maior alta em mais de duas semanas após números fiscais

28/02/2014 11h50

O dólar não só abandonou a queda vista mais cedo como passou a registrar firme alta contra o real nesta sexta-feira, saindo das mínimas em mais de dois meses logo depois da divulgação de números fiscais mais fracos que o esperado. Esses dados jogaram água fria no tom positivo sobre essa área que vinha predominando nos últimos dias e colocaram dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir as metas anunciadas na semana passada.

Às 11h40, o dólar comercial subia 0,81%, para R$ 2,3330, máxima do dia e após uma mínima de R$ 2,3130 - menor patamar desde meados de dezembro de 2013.

O dólar para abril, que já concentra a liquidez, saltava 1,02%, a R$ 2,3585, enquanto o dólar para março, que vence na próxima quarta-feira, tinha alta de 0,64%, para R$ 2,3350.

A virada nas cotações ocorreu logo depois de o Tesouro Nacional reportar um superávit primário de R$ 12,954 bilhões em janeiro deste ano, menor que o registrado em dezembro de 2013 e abaixo das projeções do mercado.

O número voltou a lançar dúvidas sobre o cumprimento das metas anunciadas na quinta-feira da semana passada e colocou em xeque a tentativa do governo de recuperar a credibilidade na área fiscal, perda citada por economistas como um dos principais motivos para a deterioração nas expectativas com relação ao Brasil desde o ano passado.

O governo comprometeu-se a cumprir um superávit primário de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ajudado por um corte de R$ 44 bilhões no Orçamento.

"Sem dúvida o movimento do real foi por causa do fluxo positivo de notícias, que começou com o anúncio da meta fiscal e ontem contou com a ajuda do PIB melhor", diz o tesoureiro de um banco nacional. "A questão agora é se esse movimento vai continuar. Está cada vez mais difícil um fluxo positivo de notícias como esse. Isso significa que o espaço para o dólar cair também pode estar se reduzindo", afirma.

O BC seguiu com suas intervenções e anunciou logo cedo um leilão de até US$ 1,8 bilhão em linhas de dólares. A autoridade monetária comprometeu-se a recomprar os recursos vendidos à taxa de R$ 2,360860. A autoridade monetária vendeu os dólares à taxa de R$ 2,325600. A operação de venda será liquidada no próximo dia 6 e a de recompra, em 5 de maio.

O BC ainda vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, com giro financeiro de US$ 197,9 milhões. A colocação ficou concentrada no vencimento dezembro e terá liquidação em 5 de março. Com o leilão de hoje, a posição vendida do BC em dólar via swaps junto ao mercado alcançou US$ 83,803 bilhões.