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Bovespa fecha em queda após dados da China e perde quase 12% no ano

10/03/2014 18h00

O inesperado déficit comercial da China em fevereiro repercutiu mal nos mercados de ações, inclusive no brasileiro, com as ações ligadas a commodities liderando as perdas do dia. O país asiático teve um déficit comercial de quase US$ 23 bilhões no mês passado, contrariando a previsão dos economistas, de superávit de US$ 11,9 bilhões no período, o que alimentou as preocupações de desaceleração da segunda maior economia do mundo.

"Os números fracos na China vêm se somar ao cenário já ruim por aqui", aponta o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira. "Não estamos conseguindo produzir boas notícias aqui para contrabalançar as informações negativas que chegam de fora", afirma, lembrando que o Brasil sofre com a incerteza sobre o racionamento de energia e os impactos da seca sobre a inflação. O Ibovespa recuou 1,54%, para 45.533 pontos, renovando a mínima do índice neste ano. A mínima anterior, de 46.148 pontos, foi registrada em 1º de fevereiro. Também é a menor pontuação desde julho do ano passado. Desta forma, em 2014, o índice já acumula baixa de 11,6%. Segundo o analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo, ao renovar a mínima do ano, o Ibovespa acentuou ainda mais sua tendência de baixa, com próxima parada na mínima de 2013, que foi de 44.100 pontos. Uma melhora do quadro aparece apenas na recuperação dos cada vez mais distantes 48.500 pontos. Entre as principais ações do índice, Vale PNA (-2,65%, a R$ 26,37) sentiu diretamente as notícias negativas da China, seu principal mercado consumidor de minério de ferro, enquanto Petrobras PN (-2,32%, a R$ 13,01) sofreu com a aversão dos estrangeiros ao risco, já que o papel é também uma importante porta de saída do mercado brasileiro. Nem mesmo a captação de US$ 8,5 bilhões concluída hoje pela estatal impede a queda das ações. Segundo o Valor apurou, a Petrobras pagou mais caro para levantar esses recursos do que na captação de US$ 11 bilhões feita em maio do ano passado. Na ponta negativa do Ibovespa ficaram basicamente empresas produtoras de commodities - Klabin PN (-5,24%), Fibria ON (-4,12%), Usiminas PNA (-4,07%), Suzano PN (-3,72%) e CSN ON (-3,27%) - e também construtoras como Gafisa ON (-4,61%) e Rossi ON (-5,00%). Entre as altas, os destaques foram Cosan ON (2,07%), Cielo ON (2,05%) e Brookfield ON (0,70%).