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Dados da China e dos EUA definem dia de perdas para as bolsas

23/04/2014 14h30

Indicadores vindos da China e dos Estados Unidos estimulam o apetite dos investidores por ativos mais seguros, o que explica a queda das bolsas e ganhos do dólar no mundo.

O HSBC informou que o Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar de abril da indústria da China subiu, mas continua indicadno contração da atividade. Já nos EUA, as vendas de casas novas recuaram 14,5% em março, para a taxa sazonalmente ajustada de 384 mil. A previsão dos analistas era de 450 mil. Esses indicadores interromperam a sequência de ganhos observada em Wall Street, assim como definiram um dia de queda das bolsas europeias.

Câmbio

O dólar saiu das máximas do dia, virou e passou a cair frente ao real. O fluxo de recursos ao país ajuda a limitar a valorização da moeda americana por aqui, mas de forma geral o tom dos negócios é influenciado pelo comportamento da moeda no exterior, num dia de fraqueza em divisas de risco de modo geral.

Às 13h35, o dólar comercial tinha variação negativa de 0,17%, para R$ 2,2380, após alcançar uma máxima de R$ 2,2500. "O exterior está ditando essa alta do dólar aqui", diz o profissional da área de derivativos de uma grande corretora em São Paulo, citando dados mais fracos vindos da China e as renovadas preocupações com a Ucrânia.

Do lado doméstico, as atenções seguem voltadas para a política de intervenções cambiais do Banco Central, fluxos pontuais e o noticiário eleitoral. O fluxo de recursos, por enquanto, segue firme. O BC divulgou que só na semana passada houve ingresso líquido de US$ 2,375 bilhões, que aumentou o superávit do mês a US$ 3,375 bilhões. No ano, o fluxo cambial é positivo em US$ 5,433 bilhões.

Bolsa

O Ibovespa opera em queda, em linha com os mercados internacionais. O índice recuava 0,80% às 14h20, cotado em 51.576 pontos.

O mercado atribui as baixas de hoje aos índices de atividade industrial na China e na Europa. Para o estrategista de renda variável do BB Investimentos, Hamilton Moreira Alves, os números são desculpas do mercado para justificar topos gráficos que não consegue romper. Ele comenta que, todas as vezes que o Ibovespa se aproxima de zerar as perdas em 12 meses, retrocede. "Para ficar positivo em 12 meses, significaria que as perspectivas para a economia e para a bolsa melhoraram na comparação com igual mês do ano passado, o que não ocorre", afirma. Até ontem, o Ibovespa cai 4,27% desde 22 de abril do ano passado.

Construtoras estão entre os destaques de baixa do Ibovespa. Gafisa cai 2,70%, acompanhada por Even (-2,99%). O elevado volume de distratos registrado pela Gafisa no primeiro trimestre é um dos pontos negativos apontados por analistas em relação ao desempenho operacional da companhia no período. No caso da Even, a empresa lançou no trimestre R$ 190 milhões, 34% abaixo do mesmo período do ano passado. As vendas caíram 19% na mesma base de comparação, para R$ 340 milhões.

As ações das elétricas voltam a subir. Eletropaulo PN lidera as altas do índice, com ganho de 3,65%. O estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi, atribui o ganho à notícia de que a superintendência de regulação econômica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fixou os valores a serem repassados às distribuidoras de energia até o dia 28 de abril. Os repasses totalizam R$ 4,75 bilhões e são refe rentes aos custos da exposição involuntária no mercado de curto prazo e do despacho termelétrico em fevereiro.