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Dólar sobe com exterior e investidores se posicionando para fim de mês

25/07/2014 11h25

O dólar volta a subir frente ao real nesta sexta-feira, mas as variações seguem limitadas, mantendo a cotação na estreita faixa entre R$ 2,20 e R$ 2,25 em que tem operado desde o início de junho. A alta hoje é influenciada pelo ambiente de maior aversão a risco no exterior, em meio a sinais de que as tensões geopolíticas começaram a gerar impactos no plano econômico.

A Alemanha, maior economia europeia e quarta do mundo, viu seu índice de sentimento de negócios cair em julho bem mais que o esperado. O instituto Ifo, que calcula o indicador, afirmou que empresários citaram a crise na Rússia como um dos principais fatores para a deterioração da confiança. A Alemanha mantém vínculos econômicos com a Rússia.

Às 11h, o dólar comercial avançava 0,21%, a R$ 2,2257. O dólar para agosto ganhava 0,11%, a R$ 2,2295. No exterior, a moeda subia 0,14% ante uma cesta de divisas, impulsionado sobretudo pelos ganhos de 0,20% contra o euro.

Um profissional da área de derivativos cambiais de uma corretora em São Paulo nota que a demanda do mercado por dólares também pode ser explicada pela aproximação dos vencimentos de contratos de câmbio na BM&F. Com isso, explica ele, os agentes com posição comprada na moeda americana tentam garantir uma Ptax mais conveniente a suas posições.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos. Pelos dados de ontem da bolsa, os mais recentes, tanto bancos quanto investidores institucionais e estrangeiros mantêm posições líquidas compradas em dólar via mercado de derivativos - considerando contratos de dólar futuro, cupom cambial (DDI) e swap cambial.

Os bancos fecharam a véspera com o equivalente a US$ 40,09 bilhões em posições que ganham com a alta do dólar. Os investidores nacionais institucionais - grupo formado principalmente por fundos de investimento, de caráter mais especulativo -sustentavam US$ 20,65 bilhões na mesma posição, enquanto os não residentes tinham o equivalente a US$ 28,52 bilhões nessa direção.

Essas posições somadas (US$ 89,29 bilhões) são quase que totalmente compensadas pelo Banco Central, o grande vendedor de dólares do mercado. Até ontem, o BC tinha o equivalente a US$ 91,76 bilhões em posições vendidas em dólar no mercado via swaps cambiais. Esse montante aumentou hoje para cerca de US$ 91,96 bilhões por meio da venda de todos os 4 mil contratos de swap cambial ofertados nesta sexta-feira.

O BC realiza ainda hoje, entre 11h30 e 11h40, leilão de rolagem de até 7 mil contratos de swap cambial que, por ora, vencem no início de agosto. O resultado da operação será divulgado a partir de 11h50.

A oferta, que equivale a US$ 350 milhões, será distribuída entre os vencimentos 4 de maio de 2015 e 1º de julho de 2015. Dos 189.130 contratos de swap com vencimento em 1º de agosto (US$ 9,457 bilhões), ainda restam 84.130 (US$ 4,207 bilhões) passíveis de rolagem.

Mantido o atual ritmo de rolagens (7 mil papéis por dia), o BC deve deixar vencer 56.130 contratos, algo como US$ 2,807 bilhões. Para setembro, está previsto o vencimento de 201.400 contratos de swap, num total de US$ 10,070 bilhões. "O BC deve anunciar as rolagens dos swaps de setembro, no máximo, até semana que vem", diz o profissional citado anteriormente.

O mercado teve pouca reação aos números do setor externo brasileiro em junho, divulgados pelo BC há pouco. O país teve déficit em conta corrente de US$ 3,345 bilhões no mês passado, menor que o previsto pela própria autoridade monetária, de US $ 4,3 bilhões.