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Dólar tem máxima em duas semanas ante real após dados nos EUA

30/07/2014 11h30

O dólar bate uma máxima em duas semanas frente ao real nesta quarta-feira, indo à casa de R$ 2,24 depois da divulgação de dados nos Estados Unidos que endossaram sinais de recuperação na economia americana, o que pode levar o Federal Reserve a ter uma avaliação mais positiva da atividade e eventualmente sinalizar uma alta de juros.

Às 11h25, o dólar comercial subia 0,47%, a R$ 2,2417. Na máxima, a divisa foi a R$ 2,2450, maior patamar intradia desde 17 de julho, quando atingiu R$ 2,26. A alta percentual da máxima, de 0,63%, também é a maior desde esse dia, quando o dólar chegou a saltar 1,71%.

No exterior, o dólar ganhava 0,78% ante a lira turca, 0,32% frente ao peso mexicano e 0,53% na comparação com o rand sul-africano. O PIB americano cresceu 4,0% em termos anualizados no segundo trimestre, mais do que compensando a queda de 2,1% registrada nos três primeiros meses do ano. Esse ritmo de expansão puxou o PIB para acima do crescimento potencial, para analistas entre 2% e 2,5%, e refletiu um aumento generalizado na atividade.

Ainda nos dados de hoje, a ADP informou que houve abertura líquida de 218 mil postos de emprego no setor privado em julho. Apesar de abaixo da expectativa (238 mil), o número segue apontando uma melhora permanente no mercado de trabalho americano, um dos elementos mais importantes para o Fed na definição de sua política monetária.

Todas as atenções agora se voltam para o resultado da reunião de política monetária do Fed hoje, às 15h. O mercado espera a confirmação de mais um corte de US$ 10 bilhões no programa mensal de compra de ativos da instituição e, mais que isso, uma sinalização sobre quando o juro poderá ser elevado.

Segundo o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, a tendência para os próximos meses é que a economia americana continue dando sinais de fortalecimento, o que por si só tende a puxar o dólar para cima. "E ainda tem toda a tensão antes das eleições. Devemos voltar a ver o dólar oscilando mais nos próximos meses", diz.

Segundo ele, contudo, o mercado pode seguir reticente em prever uma piora no câmbio devido à postura do Banco Central, que continua atuando no mercado. "O BC pode gerenciar os movimentos do câmbio afinando as rolagens dos swaps. É uma carta que ele tem na manga e pode usar", afirma.

O BC tem rolado nos últimos meses a maior parte dos contratos de swap cambial, mantendo relativamente estável ou mesmo conseguindo reduzir ligeiramente sua posição vendida em dólar por meio desses papéis.

Caso o BC role integralmente os 14 mil contratos esperados para hoje e amanhã, somados, por exemplo, deve deixar vencer no fim do mês 49.130 contratos, algo como US$ 2,457 bilhões. Por outro lado, o BC pode terminar este mês colocando o equivalente a US$ 2,89 bilhões em swaps via leilões diários. Ou seja, julho pode acabar com o BC elevando sua posição vendida em dólar junto ao mercado em "apenas" US$ 433 milhões.

Para setembro, está previsto o vencimento de 201.400 contratos de swap, num total de US$ 10,070 bilhões. O BC ainda não se pronunciou sobre as rolagens referentes a esse vencimento.