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Artilharia russa está bombardeando forças ucranianas, diz Otan

22/08/2014 16h26

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) denunciou nesta sexta-feira que a Rússia enviou unidades de artilharia para a Ucrânia nos últimos dias e que elas estão sendo empregadas para bombardear forças ucranianas, como parte de "uma grande escalada" do envolvimento russo no leste ucraniano.

A porta-voz da Otan, Oana Lungescu, afirmou que a aliança militar recebeu vários informes do envolvimento direto de forças russas, "incluindo transporte aéreo, defesa aérea e forças de operações especiais no leste ucraniano".

"O apoio da artilharia russa - na fronteira e dentro da Ucrânia - está sendo empregado contra as forças armadas ucranianas", disse a porta-voz da Otan.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, também condenou a Rússia hoje pelo envio não autorizado de um comboio de ajuda humanitária para a Ucrânia, sem o envolvimento da Comissão Internacional da Cruz Vermelha.

"Esses desenvolvimentos são ainda mais preocupantes porque coincidem com uma grande escalada no envolvimento militar russo no leste ucraniano desde meados de agosto, incluindo o uso de forças russas", disse Rasmussen por meio de nota divulgada em Bruxelas. "Também temos visto transferências de grandes quantidades de armas avançadas, incluindo tanques, veículos blindados e artilharia para grupos separatistas no leste ucraniano. Além disso, a Otan também está observando uma alarmente concentração de forças russas terrestres e aéreas nas vizinhanças da Ucrânia", diz a nota.

Em Kiev, o governo do presidente Petro Poroshenko classificou a entrada de cerca de 280 caminhões russos em território ucraniano uma "invasão direta".

ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, recebeu com grande preocupação os informes de que um comboio de ajuda humanitária da Rússia tenha cruzado a fronteira da Ucrânia sem a permissão das autoridades locais, segundo informou seu porta-voz por meio de comunicado divulgado nesta tarde.

Segundo o comunicado, embora o secretário-geral da ONU reconheça a deterioração na situação humanitária, ele observou que "qualquer ação unilateral tem o potencial de exacerbar uma situação já perigosa no leste da Ucrânia".

O secretário-geral pediu que todos os lados, "em particular a Ucrânia e a Federação Russa, continuem a trabalhar juntas, em coordenação com a comunidade internacional, para garantir que a assistência humanitária alcance as áreas mais afetadas". Ban Ki-moon reiterou que todos os lados "devem continuar a exercitar o máximo de contenção e evitar uma escalada".