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Bovespa sobe quase 10% e registra melhor mês do ano com rali eleitoral

29/08/2014 18h06

A notícia negativa do PIB do segundo trimestre, que mostrou contração de 0,6% e colocou o país em recessão técnica, tornou-se "boa notícia" aos olhos dos investidores porque aumenta as possibilidades de que o atual governo não consiga se reeleger nas eleições de outubro. "Bad News, good News", resumiu um operador.

O mercado também digeriu o programa de governo de Marina Silva, anunciado nesta tarde. A atenção ao desenvolvimento do mercado de capitais aparece como uma das prioridades da candidata.

"Acesso a recursos subsidiados pelo Tesouro Nacional, por meio dos bancos públicos, não pode ser o fator principal de sucesso de nossas empresas. Por isso, é necessário desenvolver o mercado de capitais e o mercado de crédito voluntário, porque acreditamos que são mecanismos fundamentais para a intermediação entre a poupança e os investimentos de longo prazo", diz Marina em seu programa de governo.

No documento, Marina critica ainda o fato de não ter havido nenhuma oferta inicial de ações (IPO) na bolsa brasileira neste ano. Segundo ela, o mercado de bolsa perdeu dinamismo, o que impediu que o setor produtivo "se beneficiasse dessa importante fonte de financiamento de suas atividades".

Agora, os investidores aguardam a divulgação de nova pesquisa do Instituto Datafolha sobre a corrida presidencial, hoje à noite, no Jornal Nacional, da Rede Globo. Analistas acreditam que o levantamento virá em linha com as pesq uisas Ibope e MDA/CNT divulgadas nesta semana, mostrando vitória de Marina Silva no segundo turno.

O Ibovespa subiu 1,65%, aos 61.288 pontos, mais uma vez com forte volume financeiro, de R$ 10,986 bilhões. Desta forma, a bolsa brasileira ganhou 4,93% na semana e registrou em agosto seu melhor mês neste ano, com avanço de 9,78%. No ano, a alta acumulada é de 18,99%.

Na segunda-feira entre vigor a nova carteira teórica do Ibovespa, que irá valer de setembro a dezembro. Marcopolo PN (1,39%) vai ingressar no índice, enquanto MMX ON (1,23%) e Brookfield ON (0,65%) deixarão a carteira teórica.

O MSCI, que compila índices de ações que servem de referência para fundos do mundo todo, também promove no fechamento de hoje o ajuste trimestral de suas carteiras. Não está prevista a entrada ou saída de nenhum papel brasileiro, porém pode haver rebalanceamento nos pesos das atuais ações.

Entre as principais ações do Ibovespa, Petrobras PN (2,41%, a R$ 23,35), Bradesco PN (2,48%, a R$ 40,84) e Itaú PN (2,28%, a R$ 40,36) voltaram a subir. Na contramão, mais uma vez ficou Vale PNA (-0,61%, a R$ 25,97), ainda sofrendo com o preço do minério de ferro na China, que hoje registrou a primeira alta, de 0,7%, após nove quedas consecutivas. Na semana, o recuo do minério foi de 4%, para US$ 87,90 por tonelada.

No topo do índice ficaram Vivo PN (9,07%), Eletrobras ON (5,29%) e Banco do Brasil ON (5,20%). A Telefónica divulgou hoje algumas das projeções financeiras que espera alcançar com a compra da GVT. A união dos negócios deve gerar sinergias de, no mínimo, 4,7 bilhões de euros, um valor considerado bastante alto diante da baixa rentabilidade do se tor de telecomunicações no Brasil.

Por meio da marca Vivo, a Telefônica vai encostar nas líderes de mercado em segmentos em que não era tão forte com a integração da GVT. Na área de voz em telefonia fixa, por exemplo, a Vivo vai saltar do terceiro para o segundo lugar, ultrapassando as controladas do grupo mexicano América Móvil, dona da Claro.

Na ponta negativa do Ibovespa apareceram JBS ON (-3,25%), Energias do Brasil ON (-1,99%) e CSN ON (-1,40%). Assim como a Vale, a CSN também sofre com a queda do preço do minério no mercado internacional.