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Juros futuros longos voltam a cair na BM&F na abertura da semana

01/09/2014 18h16

Os juros futuros tomaram direções opostas nesta segunda-feira na BM&F. Enquanto os DIs curtos e intermediários registraram leve alta, em um típico ajuste de posições, os contratos mais longos cederam uma vez mais, ainda sob impacto da trinca formada por recessão técnica no Brasil, retornos deprimidos em todo o mundo e expectativa de mudança da política econômica doméstica.

Segundo operadores, o mercado comprou de vez a tese do choque positivo de expectativas em caso de vitória da candidata do PSB, Marina Silva, na corrida presidencial. Uma guinada rumo à ortodoxia, com aperto fiscal e, quiçá, monetário no início do próximo ano traria confiança aos agentes, abrindo espaço para juro real menor no médio prazo. Ecoa pelas mesas de operações a pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira à noite, que trouxe empate entre a presidente Dilma Rousseff e Marina no primeiro turno (34%) . Em um eventual segundo turno, Marina superaria Dilma por 10 pontos percentuais (50% versus 40%).

O sintoma evidente dessa percepção é a inclinação da curva a termo, cada vez mais negativa. Enquanto o DI janeiro/2017 subiu um degrau, passando de 11,20% para 11,22%, o DI janeiro/2021, que chegou a ser negociado hoje abaixo de 11%, fechou a 11,02% (ante 11,07%). O diferencial entre as taxas desses dois contratos passou de -0,13% para -0,20%.

Por conta do feriado do Dia do Trabalho nos EUA, que fechou os mercados americanos hoje, o volume negociado na BM&F ficou aquém do usual. Mas não dá para dizer que foi baixo o suficiente a ponto de tirar a representatividade das oscilações das taxas.

Entre os contratos curtos e intermediários, houve um ajuste para cima. A taxa do DI para janeiro de 2016 ? que capta as expectativas para o rumo da Selic no ano que vem ? subiu de 11,21% para 11,28%. Segundo operadores, trata-se apenas de um ajuste de posições, já que as taxas haviam caído bastante, deixando prêmios muito reduzidos para um ambiente de Selic estável ou em alta no ano que vem.