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Bancos reduzem projeções para crédito, apesar de estímulos do governo

22/09/2014 19h12

Os bancos diminuíram as projeções de crescimento do crédito para 2014 em setembro, mesmo depois de o governo ter anunciado medidas de estímulo ao avanço dos financiamentos. Um levantamento realizado em setembro pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com economistas de 28 instituições financeiras, mostrou que a expectativa de crescimento do saldo de crédito neste ano é de 11,7%. Na edição de julho da pesquisa, a projeção era de avanço de 12,2%.

A expectativa para o crescimento do crédito em 2015 também caiu, de 12,1% na edição de julho para 11,8% em setembro. Para a maior parte dos entrevistados, o efeito das medidas do governo é contido pela menor demanda por crédito.

Entre o fim de julho e agosto, o Banco Central (BC) e o Ministério da Fazenda anunciaram uma série de medidas para reforçar o avanço do crédito, em especial em linhas de financiamento de veículos e de pequenas e médias empresas. As ações envolveram mudanças nos depósitos compulsórios, nos pesos que os empréstimos têm nos balanços dos bancos e projetos para reforçar as garantias de algumas operações.

"As medidas anunciadas recentemente não reverteram essa tendência, pois a maioria dos economistas [77%] acredita que sua eficácia será sentida apenas em prazos mais longos, conforme a reversão no quadro da demanda, sobretudo, no que se refere à alavancagem da renda das famílias e à confiança dos agentes", escreve a federação em informe divulgado hoje.

Os economistas passaram a esperar um crescimento maior do crédito com recursos direcionados (como o imobiliário e os desembolsos do BNDES), que é compensado pela piora no crédito com recursos livres (que inclui o consignado, veículos e capital de giro). Na edição mais recente da pesquisa, a expectativa de avanço no crédito direcionado em 2014 passou para 17%, ante 16,1% no levantamento de julho. Já para recursos livres, a projeção caiu de 10% para 8,1%.

"Na pessoa física, o desempenho seguirá mais forte no crédito pessoal [inclui consignado]", escreve a Febraban. A pesquisa foi feita entre os dias 11 e 17 de setembro.

A Febraban também divulgou sua sondagem preliminar do desempenho do crédito em agosto, que indica um avanço de 1%, para R$ 2,86 trilhões, no estoque de empréstimos ante julho. Os dados oficiais serão divulgados pelo Banco Central (BC) na sexta.

Na comparação entre agosto e julho, o crescimento do estoque de crédito livre ficaria em 0,3% e do direcionado, em 1,8%.

"Nas concessões de crédito, o desempenho é mais favorável na média diária, em linha com a sazonalidade positiva do mês, após a influência sazonal negativa de julho", informa a Febraban. Na média diária de desembolsos, o crédito com recursos livres cresceu 5,5% em agosto, ante julho, e o direcionado, 13,6%, de acordo com a projeção.

"Em relação à qualidade das carteiras, os indicadores de atrasos e inadimplência seguem com influência sazonal mais favorável nesse período", afirma a federação.