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Bovespa cai pelo quinto pregão com investidor cauteloso com pesquisas

23/09/2014 17h57

A bolsa brasileira repetiu nesta terça-feira o comportamento observado ontem, porém em menor intensidade. O Ibovespa abriu em baixa expressiva, refletindo o noticiário externo e a expectativa por pesquisas eleitorais. Ao longo da tarde o movimento vendedor perdeu força e apareceram ordens de compra, principalmente de estrangeiros, o que ajudou a aliviar a queda do índice. Mesmo assim, esta foi a quinta queda consecutiva do mercado local.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,49%, aos 56.540 pontos, com volume de R$ 5,801 bilhões, abaixo da média dos pregões deste mês. Segundo operadores, os investidores preferiram manter cautela antes da divulgação de novos levantamentos sobre a corrida presidencial. O mais aguardado, do Ibope, sairá daqui a pouco, às 18 horas, no site do jornal "O Estado de S. Paulo".

Chamou atenção o adiamento - sem maiores explicações - da divulgação da pesquisa Vox Populi, programada para sair ontem à noite no "Jornal da Record". A pesquisa deve sair na edição de hoje do telenoticiário.

O mercado analisou hoje, logo na abertura da bolsa, os dados do levantamento CNT/MDA. Pela primeira vez desde a morte de Eduardo Campos, Dilma Rousseff (PT) apareceu à frente de Marina Silva (PSB) no segundo turno, ainda que dentro da margem de erro e sem mudar o cenário de empate técnico. A petista agora possui 42%, frente a 41% da candidata do PSB.

No primeiro turno, Aécio Neves (PSDB) confirmou o movimento visto em pesquisas anteriores e avançou, de 14,7% para 17,6%. Já Marina caiu de 33,5% para 27,4%, enquanto Dilma oscilou de 38,1% para 36%.

Para o gestor da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, a reação do mercado à pesquisa CNT/MDA foi moderada porque os investidores já anteciparam ontem - com base nos rumores originados de "trackings" e pesquisas "clones" - que Dilma apareceria à frente de Marina e que a candidata de oposição também perderia pontos no primeiro turno. "Essa melhora de Dilma foi antecipada ontem. Mas a bolsa deve continuar volátil porque temos mais pesquisas para sair hoje e nos próximos dias", comentou o especialista.

Entre as principais ações do Ibovespa, quase todas fecharam no vermelho: Itaú PN (-0,48%, a R$ 37,06), Petrobras PN (-2,23%, a R$ 20,13), Bradesco PN (-0,82%, a R$ 37,38) e Ambev ON (-0,30%, para R$ 16,39).

A exceção foi Vale PNA (0,71%, a R$ 24,04). A mineradora recuperou parte das perdas de ontem, quando declarações do ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, de que o governo chinês não fará mudanças drásticas em suas políticas apenas por causa da fraqueza de um indicador deixaram os investidores preocupados. Contrariando as expectativas, o índice de atividade (PMI) preliminar da China, medido pelo HSBC, avançou de 50,2 pontos em agosto para 50,5 pontos em setembro.

No noticiário corporativo, o destaque do dia foi o credenciamento para o leilão de licenças de serviços da quarta geração (4G) da telefonia móvel na faixa de 700 megahertz (Mhz). Quatro operadoras - Claro, Vivo, TIM e Algar Telecom (CTBC) - anunciaram sua participação na disputa, que acontecerá no dia 30. A Oi decidiu não participar por considerar que a atual frequência, de 2,5 Mhz, já atende a necessidade de seus clientes e as obrigações de cobertura até 2017.

"A Oi preferiu ser mais defensiva neste momento. Ao que parece, eles querem arrumar a casa antes de pensar em novos investimentos", avalia Pereira, da Guide. "Outra possibilidade é a Oi comprar ativos no futuro que possuam essa frequência. Vamos esperar os próximos passos de consolidação do setor." A Oi contratou o BTG Pactual no mês passado para avaliar uma proposta de compra da TIM e fatiamento da empresa entre as concorrentes Claro e Vivo. TIM ON subiu 1,18%, Oi PN ganhou 1,16% e Vivo PN caiu 1,02%.

A lista de maiores baixas do Ibovespa trouxe Eletrobras PNB (-2,86%), PDG Realty ON (-2,43%) e Rossi ON (-2,38%). Na ponta positiva ficaram Marfrig ON (3,95%), Ecorodovias ON (2,92%) e Marcopolo PN (2,17%).