IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Dólar supera R$ 2,41 e Ibovespa cai em meio a receio com eleições

23/09/2014 13h57

Os investidores globais mantêm uma boa dose de cautela nesta terça-feira, com dados mais fracos vindos da Europa se sobrepondo a algum alívio com números da China e novos sinais de força nos Estados Unidos.

No Brasil, o tema eleição continua predominando nos negócios. O dólar superou a marca psicológica de R$ 2,40 e já chegou a operar acima de R$ 2,41, nas máximas em sete meses. Na cola do câmbio, os juros futuros tornam a subir, enquanto o Ibovespa cai mais de 1%, influenciado pela questão eleitoral e pelos dados externos.

Câmbio

O apetite por dólares não dá trégua no mercado de câmbio brasileiro nesta terça-feira e sustenta a moeda americana acima dos R$ 2,40, no maior nível em sete meses. O real mais uma vez é a divisa que mais perde frente ao dólar, considerando 34 moedas.

Há crescentes dúvidas sobre a capacidade da oposição de derrotar a presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de outubro. Esse receio foi endossado hoje pelos resultados da pesquisa MDA encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que mostrou Dilma à frente de Marina Silva (PSB) no segundo turno pela primeira vez desde que a candidata do PSB foi incluída nas sondagens, em agosto. Ainda há mais duas pesquisas eleitorais previstas para ser divulgadas nesta terça-feira.

Outro ponto que tem ajudado a inflar as cotações do dólar é a "inação" do BC. Há dias comenta-se sobre o BC estar apenas "testemunhando" o dólar renovar sucessivas máximas, evitando aumentar as ofertas em leilões de rolagens de swap cambial.

Às 13h45, o dólar comercial subia 0,52%, a R$ 2,4062. Na máxima, a moeda foi a R$ 2,4136, maior patamar intradia desde 19 de fevereiro (R$ 2,4140). No mercado futuro, o dólar para outubro ganhava 0,25%, a R$ 2,4110, depois de alcançar R$ 2,4185.

Juros

Os juros futuros de longo prazo devolveram nesta manhã todo o efeito positivo provocado pelas pesquisas eleitorais nas últimas sete semanas. A correção que se vê nos DIs tem a ver com a pesquisa eleitoral do Vox Populi divulgada hoje, mostrando um placar favorável a Dilma Rousseff em uma disputa com Marina Silva no segundo turno. Mas reflete também a forte alta do dólar, que superou a marca de R$ 2,40.

Também mereceu atenção a nova queda do Índice de Confiança da Indústria, de -3,2% em setembro, segundo leitura prévia da FGV. O indicador atingiu 80,7 pontos, o menor nível desde março de 2009.

Antes de 13h50, o DI janeiro 2017 tinha taxa de 11,98%. O DI janeiro 2021 marcava 11,95%.

Bolsa

Depois de uma manhã bastante volátil, a Bovespa se consolida em terreno negativo no início desta tarde, com investidores atentos aos rumores sobre pesquisas eleitorais e também aos indicadores da economia internacional.

Às 13h49, o índice caía 1,08%, aos 56.202 pontos. Entre as principais ações, Itaú PN cedia 0,73%, Petrobras PN declinava 2,82%, Bradesco PN perdia 1,35% e Ambev ON recuava 1,22%.

Vale PNA era exceção, com avanço de 0,13%. A mineradora se recupera das perdas de ontem, quando declarações do ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, de que o governo chinês não fará mudanças drásticas em suas políticas apenas por causa da fraqueza de um indicador deixaram os investidores preocupados.

O assunto nas mesas de operações brasileiras ainda é a corrida presidencial. Depois do adiamento da divulgação da pesquisa Vox Populi, programada para sair ontem à noite no "Jornal da Record", o mercado recebeu nesta terça-feira os dados do levantamento CNT/MDA.

Pela primeira vez desde a morte de Eduardo Campos, Dilma Rousseff (PT) apareceu à frente de Marina Silva (PSB) no segundo turno, ainda que dentro da margem de erro e sem mudar o cenário de empate técnico. A petista agora possui 42%, frente a 41% da candidata do PSB.

No primeiro turno, Aécio Neves (PSDB) confirmou o movimento visto em pesquisas anteriores e avançou, de 14,7% para 17,6%. Já Marina caiu de 33,5% para 27,4%, enquanto Dilma oscilou de 38,1% para 36%.