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Bovespa quebra sequência de baixas e acompanha alta de Wall Street

24/09/2014 17h57

Após cinco pregões em baixa, a Bovespa engatou uma reação nesta quarta-feira, de carona na forte alta das bolsas internacionais. Pela manhã, o Ibovespa chegou a abrir no vermelho, com investidores ainda digerindo as últimas pesquisas, mas reação foi mais comedida do que em outras ocasiões.

Boa parte da expectativa de recuperação de Dilma Rousseff (PT) já vinha sendo antecipada e precificada nos últimos dias com base em rumores e pesquisas "clones". Na prática, Dilma e Marina Silva (PSB) continuam empatadas no segundo turno, embora agora Dilma apareça ligeiramente à frente, fato inédito desde a morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto. E Aécio Neves (PSDB) praticamente não saiu do lugar.

Para a gestora da Coinvalores Tatiane Pereira, o quadro da corrida presidencial permanece indefinid o, mas estável, com Marina ainda tendo chances de vitória. "Enquanto ela se manter na faixa dos 40% no segundo turno, há chances. A coisa só fica preocupante se Dilma abrir cinco, dez pontos de vantagem. No segundo turno a disputa será mais equilibrada. São apenas as duas, tempos iguais na televisão. Marina pode se recuperar."

Nos Estados Unidos o dado de vendas de imóveis residenciais novos animou os investidores e impulsio nou as bolsas em Wall Street. As vendas cresceram 18% em agosto sobre julho, bem acima da expectativa dos economistas, de avanço de 3,4%. O índice Dow Jones avançou 0,90%, o Nasdaq ganhou 1,03% e o S&P 500 subiu 0,78%.

O Ibovespa seguiu o movimento externo e fechou em alta de 0,50%, aos 56.824 pontos, mas o volume ficou bem abaixo da média dos pregões deste mês, com apenas R$ 5,033 bilhões.

Entre as ações do ?kit eleição' - mais sensíveis às pesquisas - Petrobras PN subiu 0,49%, para R$ 20,23, seguida por Itaú PN (0,78%, a R$ 37,35), Bradesco PN (0,77%, a R$ 37,67). Do ?kit', apenas Eletrobras ON (-0,56%, a R$ 7,06) e Banco do Brasil ON (-0,46%, a R$ 30,00) fecharam no vermelho. No caso do banco estatal, pesaram outros fatores.

Conforme informou o Valor, o saque de R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano do Brasil (FSB), anunciado na segunda-feira como forma de aumentar as receitas e evitar novos cortes de gastos, deve obrigar o governo federal a montar uma operação bilionária com ações do Banco do Brasil (BB) ou recorrer novamente à contabilidade criativa.

De acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Fundo Soberano tem R$ 3,871 bilhões em papéis do banco estatal e patrimônio total em ações de R$ 4,295 bilhões. Ou seja, o governo só consegue sacar o valor se usar papéis do BB. Em 28 de dezembro de 2012, quando fez o saque de R$ 8,84 bilhões no Fundo Soberano, o governo editou decreto - assinado pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega - autorizando a venda dos papéis da Petrobras que faziam parte do FFIE, braço financeiro do Fundo Soberano, para o BNDES.

A lista de maiores altas do Ibovespa trouxe Lojas Renner ON (5,17%), Souza Cruz ON (4,48%) e Ecorodovias ON (3,81%). Vale PNA (1,49%) também foi destaque de alta. As ações da mineradora acompanham a recuperação de suas concorrentes estrangeiras Rio Tinto (2,40%) e BHP Billiton (3,2%) na bolsa de Londres. O preço do minério de ferro interrompeu uma sequência de seis dias de baixa e fechou estável em US$ 79,40 por tonelada no mercado chinês.

Na ponta negativa da bolsa ficaram Cemig PN (-3,60%), Fibria ON (-2,35%) e Suzano PNA (-2,30%). As ações da elétrica mineira caíram na esteira do resultado de mais uma pesquisa eleitoral divulgada pelo Ibope, que apon ta a possibilidade de vitória do candidato petista Fernando Pimentel ao governo do Estado já no primeiro turno.