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Bovespa tenta ganhar fôlego e dólar segue na casa de R$ 2,40

24/09/2014 13h52

O mercado externo, onde a tendência do dólar é de alta em relação às divisas emergentes, e as recentes pesquisas eleitorais compõem um ambiente ainda instável para os negócios.

O dólar permanece acima do patamar de R$ 2,40, a despeito da decisão do Banco Central (BC) de ampliar a oferta de contratos de swap em leilão de rolagem, o que aquece o debate sobre a necessidade de uma atuação ainda mais firme da autoridade monetária.

A Bovespa operou em queda durante boa parte da manhã, mas iniciou a tarde com leves oscilações. A recuperação das bolsas internacionais e o fato de o mercado já ter antecipado boa parte do resultado considerado negativo das pesquisas explicam esse movimento.

Câmbio

O dólar até tenta ensaiar uma queda, mas se mantém acima da marca de R$ 2,40 nesta quarta-feira, depois de ter chegado a ameaçar o patamar de R$ 2,42, nos maiores níveis desde fevereiro.

O movimento sugere que o reforço nas rolagens de swaps cambiais anunciado ontem pelo Banco Central (BC) pouco fez para aplacar as dúvidas sobre a estratégia da autoridade monetária no câmbio, desconfiança que pode manter a autoridade monetária sob pressão.

Operadores não descartam que o mercado continue "testando" o BC. Se antes a dúvida era em que ponto a instituição elevaria as rolagens de swaps, agora o foco recai sobre em que patamar o BC seria levado a fazer ofertas líquidas extraordinárias desses contratos, além dos 4 mil papéis já programados diariamente na "ração" diária.

Às 13h33, o dólar caía 0,19%, para R$ 2,4036. No mercado futuro, o dólar tinha queda de 0,39%, a R$ 2,4075.

Mais cedo, o BC rolou todos os 15 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, adiando o vencimento do equivalente a US$ 740,4 milhões em papéis que expirariam no início de outubro.

É a primeira operação com volume maior de swaps para rolagem. Ontem, o BC decidiu ampliar de 6 mil para 15 mil o montante disponibilizado em leilões do tipo, depois de o dólar ter fechado acima do patamar de R$ 2,40 pela primeira vez desde fevereiro.

Mais cedo, o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão ne sta quarta-feira, movimentando o equivalente a US$ 197,6 milhões. Com isso, a posição vendida do BC em dólar via swaps alcançou o novo recorde de US$ 96,89 bilhões - 1.937.720 contratos.

Bolsa

Depois de cinco pregões em baixa, a Bovespa abriu no vermelho na manhã desta quarta-feira, mas ensaia uma recuperação nesta tarde. A reação dos investidores às ultimas pesquisas foi mais comedida do que em outras ocasiões. Além disso, os mercados internacionais avançam hoje, o que colabora para uma correção para cima no Brasil.

O cenário eleitoral ainda dá as cartas na bolsa, mas seu efeito hoje está mais diluído. Boa parte da expectativa de recuperação de Dilma Rousseff (PT) já vinha sendo antecipada e precificada nos últimos dias.

Na prática, Dilma e Marina Silva (PSB) continuam empatadas no segundo turno, embora agora Dilma apareça ligeiramente à frente, fato inédito desde a morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto. Aécio Neves (PSDB) praticamente não saiu do lugar.

Das três pesquisas divulgadas ontem, chamou atenção o fato do levantamento de o Vox Populi ter divergido em relação ao Ibope e ao MDA. Foi a única pesquisa a não mostrar empate. Pelo contrário, trouxe Dilma sete pontos percentuais à frente de Marina no segundo turno.

Às 13h36, o Ibovespa subia 0,17%, para 56.637 pontos. Petrobras PN avançava 1,09%, Itaú PN cedia 0,19% e Eletrobras ON diminuía 1,55%. Do kit, Banco do Brasil ON perdia 1,33%.

Conforme informou o Valor, o saque de R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano do Brasil (FSB), anunciado na segunda-feira como forma de aumentar as receitas e evitar novos cortes de gastos, deve obrigar o governo federal a montar uma operação bilionária com ações do Banco do Brasil (BB) ou recorrer novamente à contabilidade criativa.

Juros

Os juros futuros refletem os resultados das pesquisas eleitorais e a situação do dólar. Além disso, há a decisão do BC ampliar a oferta de swap cambial no leilão de rolagem desta quarta-feira.

Por volta das 13h40, o DI janeiro/2021 operava a 11,83%, de 11,85% ontem, enquanto o DI janeiro/2017 registrava 11,92%, de 11,94% ontem.

Um dia após a divulgação de três pesquisas eleitorais, os analistas entendem que esses resultados não eliminam a chance de uma vitória da oposição. Mas certamente acabam com a convicção que prevalecia de que essa mudança era certa.

No noticiário do dia, merece atenção também a melhora do índice de confiança do consumidor, que subiu 0,7% em setembro. O resultado sucede uma queda de 4,3% em agosto.