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Juros futuros caem na BM&F pressionados pelo dólar e cenário externo

24/09/2014 18h12

Na ausência de pesquisas e boatos eleitorais que alterassem o quadro de disputa acirrada entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) pelo Palácio do Planalto, os juros futuros se viram livres nesta quarta-feira para seguir o vaivém da taxa de câmbio e da percepção de risco lá fora. Depois de esboçarem uma alta pela manhã, acompanhando o esticão do dólar para a casa de R$ 2,42, os juros futuros trocaram de sinal no início da tarde a aprofundaram a queda na reta final do pregão, quando a moeda americana passou ser negociada abaixo de R$ 2,40.

Segundo operadores, após a temporada de recomposição de prêmios de risco ? em resposta ao crescimento de Dilma na corrida eleitoral e aos temores de alta dos juros mais cedo nos Estados Unidos?, o mercado joga na retranca e trabalha mais no giro diário que na montagem de posições estruturais, o que explica a instabilidade e as mudanças constantes de direção das taxas.

Com máxima de 11,96%, DI janeiro/2021 era negociado no "call" de fechamento a 11,73% (ante 11,85% ontem, após ajustes). Depois de subir até 12,01% pela manhã, DI janeiro/2017 girava a 11,81% (ante 11,94% ontem).

No início de setembro, quando Marina despontou como favorita na corrida ao Planalto, o DI janeiro/2021 desceu para 10,80%, o que dá uma ideia da magnitude do ajuste dos últimos dias. E a inclinação da curva a termo (DI janeiro/2017 x DI janeiro/2021), que chegou a -0,30 ponto percentual no auge do "efeito Marina" , agora está em apenas -0,08 ponto.

Entre operadores, considera-se que o mercado ajustou os prêmios de risco para o quadro revelado pela safra mais recente de pesquisas eleitorais. Se não dá para descartar a possibilidade de que Marina ? e sua receita ortodoxa ? seja vitoriosa, tampouco é possível ignorar os riscos de reeleição da presidente Dilma. Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra a presidente Dilma e Marina empatadas em um eventual segundo turno, com 41%. O Vox Populi destou ao mostrar Dilma com 46%, bem à frente de Marina (39%). Mas não foi o suficiente para azedar o humor dos investidores.

Lá fora, as taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) se acomodaram, após a onda de ajustes provocada pela revisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) para o nível da taxa básica no fim do ano que vem. A T-note de 10 anos, que parece ter encontrado um piso em 2,60%, é negociada na casa de 2,56%.