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Bovespa opera em baixa e dólar se acomoda na casa de R$ 2,45

30/09/2014 14h12

Os mercados passam por um momento de acomodação, após a forte deterioração observada no início do dia. As recentes pesquisas eleitorais, confirmando um quadro favorável à presidente Dilma Rousseff, mantêm os investidores na retranca. Além disso, o resultado do setor público consolidado de agosto, negativo em R$ 14,460 bilhões em agosto, o pior da história, azeda o humor do investidor.

O Ibovespa saiu das mínimas do dia, mas continua com sinal negativo. Já o dólar oscila ao redor dos R$ 2,45, enquanto os juros futuros continuam nos maiores níveis em quatro meses.

Bolsa

O Ibovespa tem mais um dia de queda. Perto das 14h, o índice da Bolsa paulista recuava 1,10%, para 54.023 pontos, depois de ter chegado à mínima de queda de 1,99%. As ações do Banco do Brasil (BB) perdia 5,79%. Ontem, o Ibovespa recuou 4,52%.

Os investidores continuam atentos às pesquisas eleitorais. Datafolha e Ibope devem divulgar pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República nesta terça-feira.

Além disso, dados referentes às contas públicas estão no radar. O setor público consolidado teve déficit primário de R$ 14,460 bilhões em agosto. Trata-se do quarto déficit consecutivo, inédito na série do Banco Central (BC).

Câmbio

O dólar se acomoda em torno de R$ 2,45 nesta terça-feira, depois de se aproximar da marca de R$ 2,48, nas máximas em quase seis anos. Os investidores preferem adotar uma postura de "esperar para ver", na expectativa pelos resultados de sondagens do Datafolha e do Ibope.

Às 14h, o dólar comercial recuava 0,10%, a R$ 2,4531. O dólar para outubro, cujo contrato vence amanhã, perdia 0,04%, a R$ 2,4505. A taxa do contrato para novembro tinha alta de 0,20%, a R$ 2,4755.

Além das pesquisas eleitorais, o mercado opera na expectativa pelas rolagens de swaps cambiais com vencimento em novembro. Hoje, o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nesta terça-feira, movimentando o equivalente a US$ 197,3 milhões.

Juros

Os juros futuros iniciam a tarde com pequenas oscilações, passada a onda de ajustes de posições que provocou uma disparada das taxas no início da sessão. Embora boa parte da pressão tenha diminuído, o que se vê é o mercado se acomodar em níveis bastante elevados, como reflexo de ajustes de posições que vêm ocorrendo desde que as perspectivas eleitorais mudaram.

Na sondagem do Vox Populi, Dilma aparece com 40%, Marina Silva com 24% e Aécio com 18%. Em um segundo turno com Marina, Dilma venceria a disputa com 46% dos votos, contra 39% de Marina.

Já a pesquisa CNT/MDA mostra Dilma com 40,4%, Marina com 25,2% e Aécio com 19,8%. Num segundo turno, Dilma venceria com 47,7% dos votos, ante os 38,7% de Marina.

Agora, o mercado aguarda as pesquisas do Datafolha e do Ibope.

A pressão das pesquisas sobre os juros é agravada pelo noticiário, que amplia preocupações com a questão fiscal. Hoje, o Banco Central informou que o déficit primário do setor público consolidado, de R$ 14,460 bilhões em agosto, é o pior da história.

Esse desempenho agrava, na visão de especialistas, o risco de um rebaixamento da nota brasileira. Não à toa, o analista da Moody's responsável pelo rating do país, Mauro Leos, disse hoje que pode rever a nota do Brasil mais cedo se houver piora importante de cenário, embora o mais provável é que a reavaliação da nota só deva ocorrer no primeiro trimestre de 2016.

Por volta das 14h, o DI janeiro/2017 era negociado a 12,29%, de 12,30%, depois de atingir a máxima de 12,45%. Já o DI janeiro/2021 tinha taxa de 12,31%, após alcançar a máxima de 12,52%.