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Bovespa cede 2% e dólar ultrapassa a marca de R$ 2,48

01/10/2014 14h07

Os mercados brasileiros voltam a operar com estresse, mas dessa vez negociam em linha com o exterior, que também cai. Bolsa e câmbio testam mínimas. Já o dólar operava muito próximo da máxima do dia, que se aproximou de R$ 2,48. Os juros têm ligeira alta e refletem ajustes de posição em meio à cautela externa.

As explicações para esse comportamento seguem ligadas à política. A divulgação de algumas pesquisas eleitorais confirmando avanço ou consolidação da liderança da presidente Dilma Rousseff e queda de Marina Silva provocam ajustes de apostas pró-troca de governo feitas pelo mercado financeiro. Números piores da economia também deterioram o quadro.

Bolsa

O Ibovespa tem mais um dia de baixa. O índice caía 2,05% às 14 horas, somando 53.005 pontos. Além dos ajustes em função da disputa eleitoral, os investidores também vendem ações no exterior hoje.

Ontem, saíram mais duas pesquisas eleitorais. Pelo Datafolha, Dilma segue liderando a corrida com 40 % das intenções de voto. Marina Silva caiu de 27% para 25%, enquanto Aécio Neves subiu de 18% para 20%. No Ibope, Dilma passou de 38% para 39%, Marina recuou de 29% para 25% e Aécio ficou em 19%.

Do quadro externo, há a expectativa pela reunião de amanhã do Banco Central Europeu (BCE). Os agentes avaliam ainda dados sobre a economia americana, como o desempenho da atividade industrial.

Petrobras PN recuava 4% e Banco do Brasil cedia 1,62%. A lista de maiores baixas conta com Rossi Residencial (-5,5%) e Gol (-5,7%).

Outro papel em baixa era Usiminas PNA (-0,78%). A empresa passa por uma crise societária e, em uma tentativa de iniciar um processo de conciliação das desavenças que envolvem os dois principais acionistas controladores da siderúrgica Usiminas.

Do outro lado, Vale PNA avançava 0,71%. O minério de ferro inverteu uma tendência de queda dos últimos dias na manhã de hoje e voltou a subir no mercado à vista da China.

Câmbio

O dólar ganhou força no fim da manhã e operava na casa de R$ 2,48, na máxima. Prevalece no mercado a percepção de que o Banco Central (BC) não deve agir mais incisivamente para conter a alta da cotação. Essa leitura é endossada com base no fato de a autoridade monetária ter "apenas" reforçado as rolagens de swaps cambiais ao longo de setembro a despeito da disparada de quase 10% do dólar no mês passado.

O BC fez hoje a rolagem de todos os 8 mil contratos de swap cambial ofertados em leilão. O BC decidiu iniciar as rolagens um mês antes do vencimento dos contratos. Mantida essa oferta, o BC deve fazer a rolagem praticamente integral dos papéis. Na ocasião anterior, o BC deu início a essas operações apenas três semanas antes da expiração dos papéis e inicialmente ofertou lotes que possibilitavam rolagem apenas parcial.

O apetite por compras é amparado ainda por novas pesquisas que reforçaram a perspectiva de vitória da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições deste mês. Os resultados das pesquisas Datafolha e Ibope confirmaram a liderança de Dilma no primeiro turno, bem como uma disputa mais acirrada pelo segundo lugar entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB). Há leituras de que o embate mais forte entre Marina e Aécio pode, no fim das contas, beneficiar Dilma, que dessa forma teria mais chances de sustentar uma vantagem razoável sobre seus concorrentes.

Às 13h54, o dólar comercial subia 1,53%, a R$ 2,4851. No mercado futuro, o dólar para novembro saltava 1,83%, a R$ 2,5060.

Juros

Os juros futuros iniciam a tarde em ligeira alta, refletindo ajustes de posição em meio ao tom cauteloso que se vê no exterior, onde números mais fracos do que o esperado sobre a economia americana provocam a queda do rendimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

Há instantes, o DI janeiro/2021 era negociado a 12,33%, ante 12,22% no fechamento de ontem. Já o DI janeiro/2017 passava de 12,25% para 12,29%.

Dos indicadores dos EUA, os investidores avaliam o desempenho da indústria, os gastos com construção e a geração de empregos no setor privado do país.