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Governo do Brasil reafirma que, se preciso, pode questionar Farm Bill

02/10/2014 16h37

O governo brasileiro reafirmou que, se necessário, pode abrir um contencioso contra a nova lei agrícola americana ("Farm Bill") para outras culturas, com exceção do algodão. Em entrevista nesta quinta-feira, o ministro da Agricultura, Neri Geller, disse que o acordo assinado na quarta (1º) com os Estados Unidos para encerrar o contencioso do algodão não exclui a possibilidade de o Brasil abrir outros painéis na Organização Mundial de Comércio (OMC) em outras culturas, caso necessário.

"Vamos ficar quatro anos sem questionar os Estados Unidos no caso do algodão, mas podemos questionar outras culturas", disse Geller.

O ministro também acrescentou, contudo, que não há nenhum ponto da nova lei agrícola americana que signifique no momento prejuízo para agricultores de algodão ou de outras cultivares brasileiras.

O acordo, que definiu um pagamento único de US$ 300 milhões ao Brasil, teoricamente põe fim a um contencioso que se arrastava desde 2002 e inclusive levou o Brasil a contestar na OMC subsídios ao algodão americano. Este primeiro acordo, de 2009, determinou que os Estados Unidos pagassem US$ 830 milhões para o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), criado para gerir os recursos. No fim do ano passado, os pagamentos que eram mensais foram atrasados em função da aprovação da nova Farm Bill pelo Congresso americano.

O ministro brasileiro da Agricultura também comentou a redução de 36 para 18 meses o tempo de cobertura do programa americano de garantias de crédito de exportação para sua agricultura, chamado de GSM-102. "O GSM não é só para algodão, também vale para outras culturas, então isso pode ter impacto em outras commodities", analisou Geller. "Ficamos mais competitivos."