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Mercado ignora exterior e reage a eleição; bolsa sobe e dólar cai

07/10/2014 13h48

As principais bolsas de valores globais amargam expressivas perdas nesta terça-feira, golpeadas pelo segundo dia consecutivo de dados fracos vindos da Alemanha. O tombo de 4% na produção industrial de agosto da maior economia da zona do euro aumentou as preocupações com o bloco monetário e também com os impactos de uma desaceleração sobre a atividade mundial.

Numa ação que reflete e ao mesmo tempo reforça esses temores, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou pela terceira vez neste ano sua projeção para a expansão da economia global, alertando justamente sobre o crescimento mais baixo em países centrais da zona do euro e também em grandes economias emergentes, como o Brasil. O FMI prevê que o PIB mundial aumentará 3,3% neste ano e 3,8% no próximo. Em julho, as estimativas eram de 3,4% e 4%, respectivamente.

Esse quadro, contudo, não impede que o Ibovespa suba mais de 1%. A bolsa brasileira e os mercados de câmbio e juros continuam influenciados nesta terça-feira pelas expectativas eleitorais.

Câmbio

O dólar recua pela terceira sessão consecutiva ante o real, no que já é a mais longa série de quedas desde agosto. O mercado segue impondo ajustes à moeda com a mudança nas perspectivas eleitorais, depois que o desempenho acima do esperado do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, reavivou esperanças de vitória da oposição - o que, para investidores, fortaleceria a confiança na economia brasileira.

Para o profissional da área de derivativos de uma corretora, o mercado, de novo, exagera nos movimentos. "É como dizem: o segundo turno é outra eleição, e isso vale para os dois candidatos. O Aécio cresceu na reta final, porém nada garante que isso vai continuar. Mas o mercado já acredita. Esses movimentos mais fortes só dão certeza de que, seja qual for o cenário, a volatilidade vai continuar muito viva", afirma.

Às 13h, o dólar comercial recuava 1,33%, a R$ 2,3917, após bater R$ 2,3882 na mínima. Desde sexta-feira, o dólar já caiu 3,99%. Entre os dias 26 e 29 de agosto, a divisa americana retrocedeu por quatro pregões seguidos, acumulando no período baixa de 2,27%.

Juros

Os juros futuros acentuaram a queda no fim da manhã, também sob efeito das perspectivas da candidatura de Aécio Neves. Hoje, influencia os negócios o noticiário dando conta de que Marina Silva deu indicações de que poderá confirmar seu apoio a Aécio na próxima quinta-feira.

O mercado considera que esse gesto por parte do PSB é fundamental para garantir competitividade ao tucano no segundo turno das eleições. Aécio precisa conquistar cerca de 70% dos votos destinados a Marina no primeiro turno para vencer Dilma. E, na visão dos analistas, o apoio oficial do PSB pode ajudar bastante nesse desafio.

Em reação, os juros de longo prazo caem de forma expressiva. Há pouco, o DI janeiro/2021 era negociado a 11,46%, de 11,67% ontem. Já o contrato para janeiro/2017 era negociado a 11,79%, de 11,94%. O degrau entre os dois contratos, portanto, está em 0,33 ponto percentual.

Bolsa

O Ibovespa segue em alta nesta terça-feira, mesmo depois de cravar ganho de 4,72% ontem. Às 13h38, o índice operava em alta de 1,12%, aos 57.732 pontos.

As eleições continuam dominando os assuntos das mesas de operação. Papéis do "kit-eleições" - ações de estatais e bancos, mais sensíveis ao quadro eleitoral - disparam e lideram as altas do índice. Cemig PN sobe 7,4%, Petrobras PN ganha 5,59%, Petrobras ON avança 5,21%, Banco do Brasil ON sobe 4,71%, Copel PNB tem ganho de 2,09% e Eletrobras ON sobe 2,74%. Sobre Petrobras, crescem rumores de que a empresa reajustará em breve os preços dos combustíveis.